Prefeito de Nova Ubiratã descumpre legislação do Piso, e arrocha o salário dos educadores
Sintep/Nova Ubiratã fez denúncia pública contra o descaso da administração durante paralisação de dois dias, com realização de ato público dos profissionais da educação da rede municipal
Publicado: 29/03/2023 17:30 | Última modificação: 29/03/2023 17:30
Escrito por: Roseli Riechelmann
Os profissionais da educação da rede municipal de Nova Ubiratã (490 km ao norte de Cuiabá), cobram do prefeito Edgar Bernardi respeito aos trabalhadores da educação, aos estudantes e as legislações que amparam os direitos dos educadores. Desde 2021, a atual gestão descumpre a lei do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), Lei 11.738/2008, e promove o arrocho salarial da categoria em mais de 30%.
Nos dias 22 e 23 de março, a indignação dos educadores foi manifestada em uma paralisação, que registrou Ato Público com acampamento em frente à Prefeitura. A mobilização organizada pela subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), em Nova Ubiratã, reuniu profissionais da área urbana, dos distritos, além de pais e estudantes, na defesa por valorização profissional.
A categoria tem feito recorrentes solicitações de audiência para tratar sobre a recomposição do Piso, conforme estabelece a legislação federal. Contudo, desde 2021, a prefeitura vem recompondo os salários dos educadores segundo critérios do próprio Prefeito. Com isso, a defasagem salarial dos profissionais da educação de Nova Ubiratã, foi reduzida em exatos 31%, em comparação ao mínimo nacional da educação, que em 2023 é R$ 4.420,00.
Segundo a presidente da subsede do Sintep/Nova Ubiratã, Verônica Ribeiro, a estratégia do prefeito foi confundir a população divulgando que os profissionais da educação têm reajustes superiores aos demais servidores. “É preciso que a sociedade ubirataense saiba que a Educação tem recursos próprios. E não são, aqueles usados para pagar os demais servidores. A verba é repassada para o município via Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização Profissional), com base no número de matrículas na rede municipal. Esses valores são corrigidos anualmente e deveria resultar na recomposição do piso inicial que é o mínimo a ser pago nacionalmente aos educadores”, relata.
Segundo a dirigente, é preciso esclarecer à população sobre as falácias proferidas pelo prefeito Edgar Bernardi, contra os educadores. O gestor tem recorrido a ameaças por meio de ofícios entregues ao Sintep/Nova Ubiratã. “Buscamos o diálogo, inclusive para mostrar ao prefeito que existem recursos disponíveis, e ainda, informá-lo que a Lei do Novo Fundeb, assegura a todos os municípios que comprovarem déficit orçamentário, uma complementação para garantir o cumprimento da valorização dos profissionais”, destacou.
A mobilização, mais uma vez, foi o único recurso para sensibilizar a gestão municipal. Agora, a categoria e a comunidade escolar, que apoia a causa dos profissionais da educação, aguardam os encaminhamentos da prefeitura para avançarem nas negociações. “Aguardamos negociação com o prefeito, pois nosso próximo passo será a greve. Estamos, inclusive, buscando a compreensão dos pais”, concluiu a dirigente municipal.