Paralisação na educação de Jangada teve adesão integral da comunidade escolar


Pautas estabelecidas em ofício desde de fevereiro permanecem ignoradas pela administração municipal

Publicado: 06/05/2025 17:15 | Última modificação: 06/05/2025 17:15

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep/Jangada

O primeiro dia de paralisação na educação da rede municipal de Jangada (a 70 km de Cuiabá) contou com adesão dos profissionais da educação, além do apoio de estudantes e familiares. A categoria deliberou por paralisação de três dias — 6, 7 e 8 de maio — em busca de valorização profissional, diante do descaso da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação com a pauta de reivindicações.

Os profissionais denunciam uma defasagem salarial de cerca de 40%, com base no Piso Salarial Profissional Nacional, atualmente fixado em R$ 4.867,77. O piso é o valor mínimo a ser pago a um profissional da educação, conforme estabelece a Lei nº 11.738/2008. No entanto, a gestão municipal de Jangada tem ignorado a legislação, promovendo um processo contínuo de desvalorização dos educadores.

De acordo com Célia Costa, presidente do Sintep/Jangada, entidade que representa os profissionais da educação no município, diversos ofícios foram encaminhados solicitando audiências e avanços nas negociações, todos ignorados pela administração municipal.

“Os profissionais não suportam mais a humilhação e a desconsideração por parte dos gestores. Hoje, mais de 70% do quadro da educação é composto por contratos temporários, o que prejudica diretamente os estudantes, pela descontinuidade no processo de aprendizagem. Exigimos concurso público, gestão democrática para colocar um fim no apadrinhamento político na escolha de diretores escolares”, ressalta.

Além dessas, reivindicam também a alteração na lei 609/2014 do Plano de Cargo de Carreira e Salário (PCCS) dos profissionais da Educação no artigo 46, onde diz que a carga horária dos motoristas conta só quando está dirigindo.

A insatisfação e desmotivação dos trabalhadores com as condições precárias na educação municipal são evidentes. A paralisação seguirá nos dias 7 e 8 de maio. Na quarta-feira (8), uma nova assembleia será realizada às 16h, em frente à Câmara Municipal, seguida de uma passeata pelas ruas da cidade.

“Aguardamos uma contraproposta. Caso contrário, não recuaremos e o movimento será endurecido”, concluiu a presidente do Sintep/Jangada.