Pais de estudantes ocupam escola em Peixoto de Azevedo contra militarização da unidade


O fechamento da escola municipal no bairro e o descaso do poder público com as necessidades dos moradores gerou revolta na comunidade escolar

Publicado: 06/08/2021 11:57 | Última modificação: 06/08/2021 11:57

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT

A comunidade escolar, da Escola Municipal Paulo Freire, em Peixoto de Azevedo (698 km da Capital) está revoltada com a decisão de fechamento da unidade. Ontem (02/08) após terem a reivindicação ignorada, sem sequer serem ouvidos, durante sessão plenária na Câmara de Vereadores, os pais e responsáveis pelos estudantes decidiram acampar na Escola Paulo Freire.

A unidade escolar é referência para os moradores e a única presença de alguma ação do município no bairro carente de Jerusalém. As famílias estão revoltadas com a decisão da prefeitura, que teve o apoio da Câmara de Vereadores, para transformar a Escola em Colégio Militar. A ação do executivo desabriga às 553 crianças que estudam no bairro, deslocando as matrículas para dentro da escola estadual Monteiro Lobato, que será desativada e municipalizada.

O protesto dos pais teve início durante a sessão plenária de terça-feira, quando mesmo com inscrições realizadas com 24 horas de antecedência, foram impedidos de se manifestar, pois o presidente da casa legislativa, Evandro Kommers, encerrou a sessão antes de apresentarem suas reivindicações.

O diretor regional do Sintep/MT Nortão I, Alto Teles Pires, Fernando Alves da Silva, acompanhou toda a sessão e a manifestação, e destacou o desrespeito dos vereadores que, como representantes da população, que ignoraram as reivindicações apresentadas.

Segundo o dirigente sindical, a gestão municipal, o governo do estado e os vereadores do município, atropelaram o processo democrático, ao implementar medidas que comprometerão a vida das famílias, sem debate ou diálogo com os mesmos. “Impuseram a mudança da escola municipal para Escola Militar, no bairro, a qual não atenderá as necessidades dos moradores. Todos sabemos que escola militar é seletiva e não tem o propósito de atender aos carentes”, destaca Fernando.

Para além do impacto no bairro Jerusalém, o diretor regional do Sintep/MT destaca o comprometimento que a medida promoverá em Peixoto de Azevedo, que também afetará os profissionais da Escola Estadual Monteiro Lobato, ao ser municipalizada. “Serão cerca de 30 profissionais da rede estadual, nesta unidade, que ficarão sem emprego”, informa.

Fonte: Assessoria/Sintep-MT