Mulheres do Sintep-MT participam da Marcha na Jornada de Lutas em Cuiabá
Movimento organizado pelas mulheres do campo, águas, floresta, cidade com tema “Lutaremos por nossos Corpos e Territórios, nenhuma a menos”
Publicado: 08/03/2024 18:00 | Última modificação: 08/03/2024 18:00
Escrito por: Roseli Riechelmann
Uma Marcha com cerca de 250 mulheres acordou Cuiabá, na manhã deste 8 de março, para cobrar justiça, garantia de direitos, numa luta por reivindicações no Dia Internacional das Mulheres. A mobilização organizada dentro da Jornada de Mulheres do Movimento dos Sem Terra (MST), reúne mulheres do campo, das águas, das florestas e das cidades, entre as quais participaram integrantes do coletivo de mulheres do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Públicos de Mato Grosso (Sintep-MT).
A manifestação começou com a caminhada pelo Centro Político Administrativo com paradas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, onde coloriram o espelho d’água em frente à Casa de Lei, de vermelho, numa representação ao sangue das mulheres trabalhadoras e contra a violência sofrida por todas, em especial às vítimas de feminicídio. A movimentação passou ainda no Palácio Paiaguás, e em vários órgãos administrativos. Um ambiente estratégico para cobrar a elaboração e execução de políticas sociais.
Pauta
“Nosso grito é por justiça, pela vida das mulheres, pela garantia de direitos das mulheres trabalhadoras, e não só aquelas que têm um emprego, um vínculo empregatício. Na nossa leitura, mulheres trabalhadoras são todas que de alguma forma exercem sua função enquanto trabalhadoras. O dia não é apenas de comemoração, é um dia de luta, de reivindicação de políticas públicas para todos nós. As políticas públicas quando chegam para as mulheres elas se estendem também a toda a sociedade”, esclarece a dirigente do Sintep-MT, e membro do coletivo de mulheres do SIntep-MT e CUT-MT, Angelina Oliveira Costa.
A vice-presidente do Sintep-MT, Leliane Borges, ressaltou a importância do movimento como um alerta para o fim dos assassinatos de mulheres. Dados mostram Mato Grosso entre os estados com maiores índices de feminicídio, no país. Para a dirigente, as políticas públicas devem ser instrumento de combate, e cita a Lei 14.330/2022 que trata de ações pertinentes às políticas de segurança, implementadas em conjunto com os órgãos e instâncias estaduais, municipais pela rede de prevenção e de atendimento das mulheres em situação de violência
Jornada
O coletivo de Mulheres Camponesas e Urbanas de Mato Grosso, destaca a importância da Jornada de Luta das Mulheres, como espaço de encontro, de troca de saberes e experiências de resistência, de esperançar. “A Jornada é uma construção coletiva. Nela temos a possibilidade de tecer estratégias de luta e organização nos diversos territórios para a defesa da vida das comunidades”, destacou a integrante do coletivo, Glória Muñoz.
Itelvina Maria Masioli, da coordenação do MST em Mato Grosso, do Assentamento Egídio Brunetto, em Juscimeira, participou da Marcha destacando a jornada nacional como soma de vozes de mulheres de todo mundo. Uma data que marca a luta das mulheres de várias organizações: da via campesina, do movimento popular, do movimento urbano “Lutaremos por nossos Corpos e Territórios, nenhuma a menos”, ressaltou.
A Jornada em Mato Grosso começou dia 6 de março e termina nesta sexta-feira (8/03), com um Sarau, na Praça da Farinha, na capital, onde ocuparão o espaço com música e arte para celebrar a força e resistência das mulheres.