Mobilização na EE Profª Maria Bastos Mineiro faz resistência à imposição da Seduc-MT


Comunidade escolar de Várzea Grande protesta contra fechamento de turmas do noturno

Publicado: 04/09/2024 16:29 | Última modificação: 04/09/2024 16:29

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução

Uma mobilização realizada na Escola Estadual Professora Maria Bastos Mineiro, em Várzea Grande, reuniu ontem (3/09) professores, pais, estudantes e dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) para protestar contra o anúncio do governo estadual de fechar turmas das 14 salas do período noturno da escola.

A ameaça de encerramento das turmas afeta cerca de 300 estudantes e profissionais, o que indignou a comunidade escolar, especialmente os alunos matriculados na unidade, oriundos de vários bairros do entorno, que veem a escola como uma referência. A manifestação incluiu uma caminhada pelas ruas do bairro até a rodovia BR-070, onde os manifestantes paralisaram o tráfego de veículos duas vezes, sob o olhar atento de policiais rodoviários.

Reprodução
Presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, apoia  luta dos estudantes e professores da EE Profª Elizabeth Maria, em Várzea Grande

Conforme o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, a manifestação revelou o descontentamento dos estudantes diante do descaso com a educação noturna, que atende, em sua maioria, pessoas que buscam melhorar suas condições de vida por meio da escolarização. “A decisão da Seduc-MT ignora as realidades do estudante trabalhador, que se esforça para concluir o ensino médio e ter uma chance de alcançar o ensino superior, mudando assim o seu futuro.”

A comunidade escolar, com faixas e cartazes, enviou uma mensagem pública sobre os impactos da medida apresentada pelo governo. A principal reivindicação do manifesto era que a Secretaria de Estado de Educação mantivesse as turmas funcionando, dada a necessidade dos estudantes e o impacto negativo que o encerramento das aulas no período noturno traria para os alunos matriculados. “Mais do que injustiça, lutamos aqui pelo direito à educação pública nesta unidade”, destacou o professor da escola, Pedro Barbosa.

Reprodução
Comunidade escolar manifesta indignação com faixas e cartazes contra o fechamento da unidade

O anúncio do fechamento das turmas foi uma determinação do governo, imposta à comunidade escolar sem consulta prévia. Segundo o presidente da subsede do Sintep/Várzea Grande, Juscelino Moura, a decisão foi tomada com uma perspectiva desumana, focando apenas em números. “O governo quer fechar as salas do período noturno porque outra unidade, com mais salas de aula, está prestes a ser entregue. Resolveram, por conta própria, remodelar a vida dessas pessoas e dessas famílias, sem dialogar com quem sofrerá o impacto da medida”, afirmou.

Um dos estudantes da escola, em depoimento à imprensa, considerou a decisão do governo de realocar os alunos para uma unidade mais distante, um descaso e desrespeito com aqueles que estudam no período noturno. “Muitos irão desistir de estudar. Essa decisão destrói o sonho desses estudantes”, disse. Os participantes da mobilização encerram a atividade dizendo em alto e bom som: “Não vamos desistir”.

Paralisação da BR 070, em protesto contra fechamento de turmas da escola