Mesmo assediados pelo governo educadores do estado vão às ruas manifestar indignação


Em quatro anos de governo Mauro Mendes trabalhadores da educação estadual somam perda e retrocessos

Publicado: 28/09/2022 20:08 | Última modificação: 28/09/2022 20:08

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT
Protesto de trabalhadores da educação percorre as ruas e avenida na região do Centro Político Administrativo

Mais de mil profissionais da educação pública estadual participaram nesta quarta-feira (28/09) da paralisação e ato público convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). Os educadores voltam para as ruas, da capital, indignados aos quatro anos de perdas salariais, arrocho e calote da gestão Mauro Mendes. 

“As pautas são as mesmas de quatro ano atrás, pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) negada desde 2019; realização de Concurso Público; oferta do Profuncionário; e a implementação de 21,52% para recomposição do Piso Salarial Profissional Nacional. Essa é a primeira vez na história da carreira que temos um governador que não paga a integralidade do piso. Sem contar a vergonha para o estado que é o confisco de 14% das aposentadorias e pensões daqueles que durante toda uma vida já contribuíram”, destacou o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.

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Presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira,  afirma que goveno mente quando trata sobre Piso Salarial dos profissionais da educação do estado 

Segundo o dirigente estadual, a paralisação de um dia foi uma nova tentativa de cobrar negociação com o governo do estado. Ao que parece, sem efeito, já que em nota pública, divulgada na mídia, a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) faz apontamentos sobre os pontos das pautas do Sintep-MT, totalmente deturpados. A publicação alega que o governo paga piso salarial superior ao estabelecido nacionalmente. “A afirmação é mentirosa”, afirma o presidente do Sintep-MT.

Para o professor Alexandre de Jesus Alves, de Araputanga, participar do ato representa um grande manifesto de indignação. O educador fez destaque à humilhação que o governo impôs aos profissionais ao substituir as assessorias pedagógicas pelas Diretorias Regionais de Ensino (DRE’s). “Elas agem como delegacias, o que não é uma memória positiva, estamos vivendo hoje uma prisão, uma domesticação”, disse.

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Durante ato, profissionais da educação carregam cartazes contra a gestão Mauro Mendes

A secretária de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e dirigente do Sintep-MT, Guelda Andrade, reafirmou a indignação quanto a atuação assediadora das DRE’s. “Vão às escolas, punem as pessoas, praticam assédio moral, e mais, controlam os educadores que participam de atividades sindicais. Esse governo sangra, judia e não respeita a educação pública”, afirmou.

A educadora de Mirassol do Oeste, Germana Rojas, apoio administrativo escolar, profissionalizada, destacou ser uma pena que não estavam todos os trabalhadores na mobilização. “Essa luta é de grande valia para os trabalhadores da educação que foram humilhados e repudiados por esse governo. Nós funcionários estamos sendo desvalorizados e desqualificados. É uma pena que muitos não tenham essa visão de futuro”, lamentou.

Sintep-MT
Mais de mil profissionais da educação participaram do ato em Cuiabá

Na mobilização dos trabalhadores da educação estadual, uma professora aposentada foi acompanhada pelo marido. Na oportunidade ele manifestou a indignação ao descaso do governo com os aposentados que, além de terem os salários congelados, sem recomposição integral há quatro anos, ainda sofrem o confisco de 14% das aposentadorias e pensões. “Percebemos a desvalorização quando vamos ao supermercado com o preço dos alimentos subindo todo o mês”, disse.  

O Ato Público reuniu caravanas de profissionais da educação de várias parte dos estado, estudantes, além de representantes da Associação de Docentes da Unemat (Adunemat) e Movimento Sem Terra (MST).