Mendes se vangloria de “contas no azul” enquanto sangra o bolso do trabalhador


O Secretário de Redes Municipais do Sintep-MT, Henrique Lopes, ressalta que a “tal prosperidade” citada pelo governador, esconde sua face mesquinha, que despreza a educação e que concede reajustes em forma de migalhas aos trabalhadores.

Publicado: 14/05/2022 13:40 | Última modificação: 14/05/2022 13:40

Escrito por: Andressa Boa Sorte/Sintep-MT

Latuff/Sintep-MT

O governador Mauro Mendes não cansa de demonstrar sua arrogância e desfaçatez diante de sua vergonhosa gestão dos recursos públicos provenientes dos impostos pagos pela população mato-grossense. Ainda que, é bem verdade que não é bem assim para toda a parcela da população, uma vez que, para os “barões do agro”, a benevolência do chefe do executivo estadual fica repentinamente aflorada, com a concessão de milhões e milhões em isenções fiscais.
Mas, quando o assunto é a Educação Pública e seu conjunto de trabalhadores, aí toda essa boa vontade para com o uso do dinheiro público, desaparece. A diferença é que Mauro Mendes faz “poupança” nos cofres públicos, às custas dos recursos que deveriam ser investidos no Ensino Público de Mato Grosso. Essa “economia” toda, é em detrimento de atos que atropelam leis (como a lei do Piso), e com manobras junto ao Judiciário, resultando na decoração de inconstitucionalidade da Lei 510, da Dobra do Poder de Compra dos trabalhadores da Educação.
Na última segunda-feira, dia 9 de maio, o governador Mauro Mendes usou as redes sociais para parabenizar Mato Grosso por seu aniversário de 274 anos. Na mensagem, escreveu: “Líder na produção de soja, milho, algodão, etanol de milho e com o maior rebanho do Brasil! Mas essa prosperidade não se refletia nos serviços públicos que a população precisava”. A fala do governador reflete exatamente o que ele pensa como definição de “Estado próspero”. Para Mendes, prosperidade resume-se a uma “produção agrícola extraordinária”. 

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Henrique Lopes, Secretário de Redes Municipais do Sintep-MT


O Secretário de Redes Municipais do Sintep-MT, ressalta que a tal prosperidade citada repetidas vezes por Mendes em seus discursos a veículos de comunicação, esconde sua face mesquinha, que despreza a educação e que concede reajustes como migalhas aos trabalhadores. “A grande incoerência de tudo isso, é que num estado tão rico, existem pessoas fazendo fila para receber doação de carcaça de boi. A famigerada ‘fila do ossinho’, conhecida nacionalmente. Que prosperidade é essa onde poucos estão com os bolsos cheios, e muitos mendigando ossos?”, disse Henrique.
“As contas do estado podem até estar no azul, mas o bolso da maioria da população está no vermelho. Não existem políticas públicas que valorizem o cidadão comum, o trabalhador, o servidor público. Prova disso é a defasagem salarial que a categoria enfrenta, com perdas que já acumulam cerca de 40% na remuneração. O governador se apoia em argumentos como o congelamento de gastos, para negar direitos e conceder reajustes que não se equiparam nem mesmo à inflação acumulada nos últimos doze meses”, criticou Henrique.
O sindicalista ainda citou o preço pago pela classe trabalhadora para que o governador possa se exaltar com a pecha de “excelente administrador”. “É fácil guardar dinheiro público às custas de sangrar o bolso do trabalhador. Mauro Mendes faz isso especialmente com a educação, porque sabe que é na escola que o senso crítico é formado. Ele fragiliza o ensino público desvalorizando o educador, sucateando a estrutura das escolas. Nem mesmo os aposentados e pensionistas foram poupados, visto que a carga tributária também atingiu quem já dedicou uma vida toda servindo o estado”, disse Henrique, referindo-se aos 14% de alíquota de ICMS na remuneração dos aposentados.
A “bola da vez” de Mendes, é negar o reajuste mínimo de 21,52% na remuneração inicial de carreira dos educadores. “Nós, enquanto classe trabalhadora, precisamos estar cada vez mais conscientes desses discursos disfarçados utilizados pelo governador. Esse é um ano eleitoral em que nós devemos fazer valer o poder do voto e fazer a luta para defender as conquistas alcançadas até aqui”, finalizou o sindicalista.