Governo Mauro Mendes zomba de fechamento de escolas e diz que “criança tem que andar”


Candidato à reeleição zombou do fato de que, com fechamento de cerca de 70 escolas em MT, muitas crianças terão que se deslocar à pé para ir à escola distante de casa.

Publicado: 21/09/2022 16:58 | Última modificação: 21/09/2022 16:58

Escrito por: Andressa Boa Sorte/Sintep-MT

Reprodução

O governador Mauro Mendes não faz mais questão de esconder seu menosprezo ao sofrimento dos mais necessitados, especialmente no que diz respeito às condições para o acesso à educação pública. Em entrevista recente a uma emissora de rádio da capital, o então governador de Mato Grosso “vomitou” atrocidades como: “criança tem que andar”, não pode ter “preguiça” e nem fazer “corpo mole”, referindo-se ao fato de que, em consequência de sua política nefasta de fechar escolas estaduais, muitos estudantes que tinham, perto de suas casas, o acesso à escola pública, agora, terão que estudar em outros bairros, sendo que alguns, terão que fazer esse deslocamento à pé.

Mendes ainda atacou o Sintep-MT durante a entrevista, dizendo que o sindicato “odeia a eficiência”. Ao dizer coisas desse tipo, o governador revela sua ignorância e falta de empatia com as crianças que, diferentemente da realidade vivida pelos filhos do governador, não tem a facilidade de ir à escola de veículo próprio e climatizado.

Sintep-MT/Francisco Alves
Presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, repudiou a fala do governador.

“Fechando cerca de 70 escolas estaduais, muitas com mais de 700 alunos, o governador obriga esses estudantes à uma jornada extra para chegar à escola. Isso implica em muitas dificuldades, como por exemplo, acordar muito mais cedo, correr risco no trajeto mais longo, cansaço físico e emocional. O que o governador chama de ‘corpo mole’, na verdade revela uma triste realidade: boa parte dos estudantes conta com a refeição servida na escola como a primeira do dia. Alguns terão que caminhar quilômetros até chegar à unidade de ensino. Outras, mesmo indo de ônibus, chegarão mais cansadas, e isso com certeza, implicará na aprendizagem. Mas, para o governador, que não sabe o que é ter que acordar duas horas antes para enfrentar ônibus lotado, no calor; tudo isso é ‘fazer corpo mole’ ou ‘preguiça’”, disse o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.

Redimensionamento

A política de fechamento de escolas recebeu o nome de “redimensionamento”. A medida é uma ação do governo Mendes, por meio do Decreto 723 de sua autoria, que diz que o estado não vai mais ofertar vagas para estudantes nos anos iniciais do ensino fundamental, transferindo toda essa demanda para as prefeituras.

Durante a entrevista, Mauro Mendes reforçou que, se reeleito, seguirá fechando escolas, segundo ele, para “tornar o ensino mais eficiente”.

Para o Sintep-MT, o conceito de eficiência o governador passa longe do sentido real da palavra. “O governador finge não saber dos inúmeros protestos de pais de alunos e dos próprios estudantes por todo o estado, contra o fechamento das escolas. Ele se recusa a admitir a realidade de que, fechar escolas tem um viés unicamente financeiro, de economizar recursos, em detrimento de sacrificar o bem estar e o acesso ao ensino perto de casa, desses estudantes. Além disso, essa política que transfere responsabilidade de matrículas para as prefeituras, vai sucatear o ensino nos municípios já que, inevitavelmente, haverá superlotação das redes municipais”, criticou Valdeir.

O Sintep-MT alerta, mais uma vez, aos educadores, aos pais de alunos e a toda comunidade que sonha em ter uma educação pública de qualidade em Mato Grosso, que avalie seu voto com muito critério no próximo dia 02 de outubro. “Nós já sabemos quem é o inimigo da escola pública em Mato Grosso. Não podemos concordar com um governo que zomba da dificuldade dos mais pobres e que não prioriza a qualidade do ensino”, finalizou o presidente do Sintep-MT.