Governo Mauro Mendes usa Recursos da Educação para pagar coronel da PM


Mais de meio milhão são desviados da valorização dos trabalhadores da educação da rede estadual

Publicado: 22/02/2022 11:24 | Última modificação: 22/02/2022 11:24

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Reprodução

O governo de Mato Grosso gasta cerca de meio milhão de reais dos recursos de manutenção e desenvolvimento do ensino da rede estadual de Educação, com pagamento de salário de um Coronel da Polícia Militar. A informação consta no relatório disponibilizado no Portal da Transparência do Governo do estado, que revela ainda outros pagamentos com pessoal que não se enquadram na carreira da educação.

O levantamento feito pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), a partir dos dados disponibilizados no Portal da Transparência, surpreendeu os dirigentes, que cobrarão esclarecimento do governo.

Tabela salarial da Seduc-MT, no Portal da Transparência,  2021

 

Segundo o dirigente estadual do Sintep-MT, Henrique Lopes, o relatório revela o gasto de quase R$ 500 mil apenas com o salário de doze meses do militar. Contudo, dentro da somatória dos gastos com folha entre janeiro e dezembro, total de R$ 2,48 bi, estão pagos com profissionais de outras áreas, como analistas de sistema e membros do sistema penitenciário. 

“A lei é muito clara, as receitas da educação são para manter e desenvolver o ensino, e ainda manter os profissionais da educação, conforme Lei 050/1998”, destacou Henrique Lopes. 

O dirigente destaca que não questiona o salário do militar (R$ 33.990,90, em 2021), pois este segue a orientação dos subsídios dos militares no estado (LC nº 541/2014), portanto um servidor da Segurança Pública. “Cada vez que o estado coloca alguém que é de outra carreira na educação, inviabiliza o processo de valorização dos profissionais da educação que já está numa situação bastante complicada aqui em Mato Grosso”, afirmou.

 

tabela salarial da Seduc-MT no Portal da Transparência,  2022

Para Henrique não está claro a apresentação do gasto das doze folhas de pagamento do estado, R$ 2,48 bi. Assim como, falta transparência na execução orçamentária apresentada sobre os 25% constitucionais da Educação Básica. “O governo apresenta aplicação de 25,56% na Educação, contudo inclui o Ensino Superior. Portanto, os esclarecimentos precisam elucidar os diversos eventos inconsistentes na aplicação dos recursos”, destacou.