Governo de Mato Grosso esperou as eleições para distribuir kits nas escolas, diz Sintep-MT

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) voltou a apontar o uso da máquina pública em favor do candidato à reeleição, governador Mauro Mendes.  O motivo é a distribuição de kits escolares entregue nas escolas estaduais de Sinop (505 km da capital), esta semana, faltando 15 dias para o pleito de 2022.

Os materiais estavam parados nas escolas estaduais do município desde o primeiro semestre e, mesmo anunciado nas redes sociais do governador que seriam distribuídos em março de 2022, só foram entregues há cerca de um mês das eleições, as quais o governador é candidato à reeleição.

No mês abril as Diretorias Regionais de Ensino (DRE’s) orientaram as escolas estaduais a não entregarem enquanto não estivesse completo. Em junho, que não receberecem alguns itens, argumentando alguns problemas. O adiamento resultou no ‘pacote’ completo (camisetas, tênis, mochilas, bermudas, chromebook, tevês de 65”, alguns mobiliários e até aparelhos de ar condicionado) às vésperas das eleições..

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Para o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, o fato dos kits escolares, com uniformes, anunciados pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso para serem entregues para os estudantes em março (início do calendário escolar), só terem sido autorizados às vésperas das eleições, já configura uso promocional do material, que inclusive leva a marca da gestão.

“O governo, com argumento de inviabilizar publicidade, retirou do ar todos os canais informativos, inclusive o portal da transparência. Por que não esperou passar as eleições para entrega dos kits?”, questiona.

Por mais que a presunção esteja mascarada, pois não há evidências materiais, que atendam aos protocolos da legislação eleitoral, a suspeição fica evidenciada no entendimento dos trabalhadores da educação.

Os educadores têm denunciado de forma recorrente as arbitrariedades cometidas pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, com ações promocionais com uso da máquina pública. Uma delas foram as palestras motivacionais, denominada “EduMotivação”. A atividade circulou no estado, sem uma justificativa plausível para realizá-las, às vésperas das eleições (agosto/setembro). “O governo obrigou a participação para propagandear os feitos, que acreditam positivo na gestão Mauro Mendes”, destaca o dirigente.