Estudantes questionam a falta de almoço em evento estadual convocado pela Seduc-MT

Cerca de 1.500 estudantes, presidente e vice-presidentes de Grêmios Estudantis, e professores articuladores das escolas públicas estaduais de Mato Grosso, ficaram sem almoço durante atividade promovida pela Secretaria de Estado de Educação. O evento ocorrido ontem,quinta-feira (01/06), das 7h às 16 horas, no Hotel Fazenda Mato Grosso, com foco na promoção dos programas do governo estadual para os estudantes, ofereceu um kit com sanduíche e uma fruta para os adolescentes e demais profissionais que os acompanharam.

A atividade intitulada Conexão Jovem - I Encontro Estadual dos Grêmios Estudantis de Mato Grosso teve início às 7 horas com um café da manhã; bolo, café e fruta (banana e maçã). Os participantes vieram de diversas regiões do estado: Matupá (720 km extremo norte de Cuiabá), Barra do Garças (515 km a leste de Cuiabá), Rondonópolis (210 km ao sul de Cuiabá), Juína (720 km oeste de Cuiabá). Após toda a manhã, ouvindo a divulgação das ações do governo para as escolas, saíram para o almoço e foram surpreendidos com um kit de sanduíche (pão com hambúrguer), uma porção de batata frita, fruta e uma lata de refrigerante.

A estudante Keylla Lima, 16 anos, estudante do 1º ano, numa escola de Barra do Garças, ficou surpresa com o que foi oferecido. “Esperávamos no mínimo uma refeição como as que são oferecidas na merenda da escola; arroz, macarrão, ou Maria Isabel (carne com arroz)”, exemplificou.

A também estudante do grêmio da escola militar em Rondonópolis, Emily Fernanda, 16 anos, 2º ano do Ensino Médio, questionou qual a base nutricional contida naquela refeição. “Os sanduíches chegaram num carro com batatas murchas e foram servidos de qualquer jeito. E sem que tivéssemos um local apropriado para comer”, destacou.

A frustração da representante dos estudantes recaiu ainda sobre a programação, que não deu oportunidade aos estudantes para abordarem os problemas vivenciados nas escolas, muitos deles provocados inclusive pelos programas divulgados pelo governo. “Nem a representante da União Brasileira dos Estudantes Secundarista conseguiu falar tudo que precisava”, afirmou Emily.

A professora interlocutora e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Maria Celma Oliveira, registrou a revolta de muitos estudantes e dos professores com a falta de respeito com os convidados. “O que mais se ouviu foram comparações sobre o serviço oferecido ao encontro dos diretores que estiveram no Malai Manso, com o atendimento dado aos estudantes. Além disso, muitos ficaram indignados porque esperavam que a Seduc fosse ouvir suas reivindicações sobre os reais problemas que acontecem no chão da escola, como por exemplo: a falta de professores, funcionários e infraestrutura para as atividades”, disse Maria Celma.