Estudantes movem ação contra o fechamento de turma em Escola Estadual de Barra do Bugres


O Governo de Mauro Mendes encerrou as atividades regulares no período noturno, retirando o direito à educação de estudantes que trabalham.

Publicado: 17/10/2023 18:20 | Última modificação: 17/10/2023 18:20

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep/Barra do Bugres
Reunião convocada pela comunidade escolar para debates fechamento de turma

Estudantes da Escola Estadual Evangélica Assembleia de Deus, em Barra do Bugres, denunciaram ao Ministério Público Estadual o fechamento de matrículas no período noturno para o ano de 2024. De acordo com a orientação da Diretoria Regional de Ensino (DRE), um órgão da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, a direção da escola deve remanejar os estudantes que concluírem o 9º ano para o centro da cidade, que fica a 40 minutos de distância, onde está localizada a EE Júlio Muller.

"Essa política terá como consequência um aumento no abandono escolar por parte dos estudantes que trabalham e residem no bairro e nas proximidades. O abandono escolar no Ensino Médio noturno já é uma realidade nas escolas públicas, e as políticas do governo Mauro Mendes estão agravando ainda mais a situação em relação ao direito à educação," afirma o presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, em Barra do Bugres, professor João Bosco.

Sintep/Barra do Bugres
Profissionais e estudantes da EE Evangélia Assembleia de Deus se manifestam contra o fechamento de turmas 

A manifestação contra o fechamento das turmas, que afetará mais de 100 estudantes, foi tema de uma reunião com a comunidade escolar em 9 de outubro. Desde então, estudantes e profissionais têm buscado apoio na Justiça e no legislativo para contestar a decisão do governo Mauro Mendes.

O vereador do município, Lennon Corezomae (Podemos), solicitou o apoio do deputado estadual Valdir Barranco (PT-MT), membro da comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, e deputado estadual Lúdio Cabral (PT-MT), para intervirem junto à Seduc-MT, a fim de evitar o abandono da escola e permitir que as turmas dos 1º anos continuem a funcionar na unidade.

Sintep/Barra do Bugres
Comunidade escolar se revolta com decisão arbitrária do governo do estado

A comunidade escolar também entrou com uma ação civil popular contra a decisão do governo, argumentando que a escola, os pais e os estudantes não foram consultados. "O desrespeito à lei de Gestão Democrática e à eleição de diretores foi para isso, para que as decisões das DREs não fossem sequer questionadas pelos gestores," lembrou João Bosco.

De acordo com informações fornecidas pelo diretor da EE Evangélica Assembleia de Deus, a escola encerrará as matrículas para novas turmas do Ensino Médio regular no período noturno, mantendo apenas as turmas de 2º e 3º anos, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que já está em funcionamento na escola.

Os profissionais da educação, pais e responsáveis defendem que essa luta é para evitar que os estudantes abandonem a escola e para que o espaço escolar continue funcionando no período noturno para o ensino regular. Eles invocam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece o direito dos estudantes de frequentar uma escola próxima à sua residência. "É inaceitável o retrocesso dos direitos já conquistados. Não aceitamos ser vítimas de políticas equivocadas," destaca Wanderson Borges da Silva.  secretário de Finanças do Sintep/Barra do Bugres, presente na reunião da escola.