Educadores não se intimidam e participam do XVIII Congresso Estadual do Sintep-MT
Ameaças com punições aos participantes de atividades sindicais é ignorada pelos trabalhadores da educação, que seguem em resistência na luta por direitos
Publicado: 08/09/2022 13:15 | Última modificação: 08/09/2022 13:15
Escrito por: Roseli Riechelmann/Sintep-MT
A presença maciça de 550 delegados credenciados no XVIII Congresso Estadual do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), seja de forma virtual ou presencial, mostrou resistência dos trabalhadores da educação diante de ações coercitivas às atividades sindicais por parte dos governos.
O encontro sindical ocorre de 7 a 10 de setembro, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.
A Secretaria de Estado de Educação, por meio das Diretorias Regionais de Ensino (DRE’s), orientou faltas e descontos salariais para os educadores que se ausentassem da escola para participar de atividades sindicais.
A prática, conforme o Sintep-MT, além de incoerente é ilegal, pois se trata de caso tipificado de ato antissindical, prevista na Convenção nº 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Para os dirigentes é inadmissível que passados mais de 30 anos de vigência da Constituição Federal (1988), que assegurou o direito à organização sindical, os trabalhadores sejam assediados moralmente com medidas coercitivas.
“O Congresso do Sintep-MT é um espaço de formação. O que vamos discutir aqui são concepções de educação”, ressalta a coordenadora geral do XVIII Congresso, Guelda Andrade. Segundo a dirigente, os trabalhadores deram sinal de resistência, pois superaram as ameaças vividas no chão da escola, e compareceram ao evento.
A professora Izália Morais, do município de Vila Bela da Santíssima Trindade destaca que as dificuldades começam no fato de que para participarem do evento tem que deixar substitutos. E, mesmo pagando, está difícil conseguir a consciência sindical. “Em muitos locais não foi possível encontrar substitutos”. A professora relata ainda que há muita pressão das DRE’s.
Os enfrentamentos para assegurar o direito e fazer a luta recebem ataques ainda mais difíceis, como é o caso do município de Sinop (norte de MT), onde sequer há reconhecimento da representatividade sindical dos trabalhadores da educação por parte da Prefeitura. “Todos os ofícios que são enviados para a administração pelo sindicato, não têm retorno”, diz a professora Evelise da Cunha.
Os impasses apresentados pelos governos para o exercício sindical são vistos pelos trabalhadores não como um impedimento, mas um desafio. “É o momento da categoria se reerguer e ir para a luta, pois temos perdido muitos direitos, inclusive a Gestão Democrática, perdas nos Planos de Carreira, e direitos salariais”, afirma Evelise.
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