Educadores denunciam ausência de aulas que integram grade do Novo Ensino Médio em MT


Professores das Escolas Estaduais Jaime Veríssimo de Campos Junior, Adalgiza de Barros e Júlio Strubing Muller, todas em Várzea Grande, denunciam que nestas unidades escolares, as aulas profissionalizantes não estão sendo ministradas.

Publicado: 14/03/2022 17:51 | Última modificação: 14/03/2022 17:51

Escrito por: Assessoria/Sintep-MT.

Foto: Agência Brasil

Trabalhadores da Educação da rede estadual de Ensino em Mato Grosso denunciam que desde o início do ano letivo de 2022, com a “reforma” do Novo Ensino Médio, onde os estudantes passam a ter uma grade curricular que inclui a profissionalização, ainda existem escolas que  não estão oferecendo as aulas definidas no cronograma estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC).

Professores das Escolas Estaduais Jaime Veríssimo de Campos Junior, Adalgiza de Barros e Júlio Strubing Muller, todas em Várzea Grande, denunciam que nestas unidades escolares, as aulas profissionalizantes não estão sendo ministradas.

Na escola Jaime Veríssimo “Jaiminho”, havia a promessa de construção de laboratórios para as aulas práticas, no entanto, isso não foi feito e com isso, os estudantes estão, desde o início do ano letivo, “perdendo” cerca de 7h de aula por dia. Isso porque, no cronograma curricular, um dia na semana é reservado somente para as aulas profissionalizantes e no outro dia, mais duas aulas, totalizando sete aulas práticas por semana.

“Disseram que fariam os laboratórios aqui na escola. Alguma instituição do sistema S ficaria responsável por assumir essa carga horária que trata da parte técnica, mas isso não está acontecendo. Além disso, há a informação de que os alunos terão que se deslocar até essas unidades e não mais cursarão essas matérias na própria escola, sendo que os pais não foram comunicados no ato da matrícula, que esses estudantes teriam que fazer esse itinerário, sendo que o trajeto seria por conta deles e não da escola”, criticou uma professora.

Novo Ensino Médio

Com a reforma do Novo Ensino Médio, parte das aulas serão comum a todos os alunos do país, direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A inovação prevista é que os próprios jovens escolham um roteiro de conteúdos que possibilite o aprofundamento do aprendizado que eles “mais se identifiquem”.  

As sugestões são inseridas, por exemplo, em nas áreas como linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou do ensino técnico. Essa oferta, chamada de itinerários, vai depender da capacidade das redes de ensino das instituições. De acordo com o Consed, essa prática deve ser inserida na maior parte das escolas no ano que vem.

Conforme o cronograma estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC), o novo formato será instalado de forma progressiva. Assim, o processo deve ser totalmente concluído em 2024. Quando isso acontecer, pela lei a carga horária será de 1,4 mil horas anuais, o que equivale a sete horas de aula por dia.

Falta de Organização

Para o Sintep-MT, a ausência de aulas mesmo com mais de duas semanas do início do ano letivo, reflete a falta de organização do poder público em implementar uma mudança tão significativa no processo de ensino-aprendizagem. “Nós vemos de maneira muito evidente e através desses fatos, que esse Novo Ensino Médio é uma coisa na teoria e outro na prática. Falta organização em muitos pontos que são importantes, e passam desde a infraestrutura para atender essa demanda profissionalizante, deslocamento dos estudantes, logística, até a questão do quadro funcional de trabalhadores da educação”, disse Valdeir Pereira, presidente da entidade.

A pergunta que precisa ser respondida pelo governo é: “como vai ficar a grade escolar desses estudantes, sendo que já iniciam o ano letivo perdendo essa carga horária”, pontuou Vadeir.