Educadores de MT cobram políticas de saúde preventivas diante do aumento do adoecimento profissional


Sindicato defende a bandeira pela implementação de programas de saúde para os trabalhadores da educação.

Publicado: 04/07/2025 16:41 | Última modificação: 04/07/2025 16:41

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução/Correio Brasiliense

Dados de licenças médicas na educação estadual quase dobraram nos últimos cinco anos (2019 a meados de 2024), conforme dados da própria Gerência em Informações de Saúde dos Servidores-MT. A saúde mental, física e emocional dos educadores deixa de ser um tema complementar na pauta da categoria e passa a ocupar lugar de destaque na luta do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT).

Gerência em Informações de Saúde dos Servidores-MT
Dados gerais de servidores licenciados do executivo estadual

No ano de 2019, do total de 8.541 servidores licenciados por motivos de saúde no executivo estadual, 45,84 (ou 3.915) foram da educação. Em 2024, aumentou o percentual de servidores afastados por motivos de saúde na educação (46,77%), e praticamente dobrou o quadro de adoecidos. Dos 6.173 servidores licenciados no estado, cerca de 3 mil foram da educação, em seis meses computados.

Gerência em Informações de Saúde dos Servidores-MT

 

O presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, destaca com o adoecimento como resultado das medidas adotadas pelo estado, ou da falta delas.  Segundo ele, as políticas educacionais implementadas nos sete anos do governo Mauro Mendes não só empobreceram a categoria, como promoveram agravos à saúde dos trabalhadores.

Sintep-MT/Francisco José
Presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, apresenta a defesa pela criação de um projeto de saúde preventiva para os educadores de MT

Conforme relatos de filiados que chegam ao sindicato, o adoecimento dos profissionais por pressão da gestão por resultados, ampliação da carga de trabalho que aprofunda os casos de exaustão; cansaço físico pela correria de muitos trabalharem em mais de uma unidade escolar; a pressão por causa do salário que parte passou ser assinado mediante gratificação por resultado; o quadro de violência e assédio nas escolas; o desmerecimento e a desvalorização dos servidores públicos, em especial dos educadores por parte do governo que constantemente lhes vem retirando direitos. Todos esses são fatores de adoecimento.

PROJETO

A pauta em defesa da saúde dos educadores foi lançada pelo dirigente, quando deputado estadual, em maio de 2025. Por meio de um projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa, propõe a criação do Programa de Saúde aos Profissionais da Educação, pelo governo do estado.

Conforme Henrique, a preocupação já está no Plano Nacional de Educação (PNE), contudo, precisam integrar as políticas de saúde dos educadores de Mato Grosso. “Precisamos de políticas preventivas, não apenas curativas”, ressaltou.

Gerência em Informações de Saúde dos Servidores-MT

Para além das doenças ocupacionais, os dados do próprio governo sinalizam o avanço das doenças psicossomáticas na Educação. Afastamentos por agravos à saúde mental como ansiedade generalizada, depressão, síndrome do pânico, transtornos emocionais apenas com professores somaram 30%, dos motivos de afastamento, apenas entre docentes. Somam-se a estes outros motivos de licenças médicas, dores lombares, transtornos de outros disco intervertebrais, em maior percentual sobre funcionários de escola. Mas estes também têm registros no quadro de doenças de saúde mental.