Educadores de Cotriguaçu intensificam mobilizações contra não pagamento integral do Piso


Conforme Carlito, desde o mês de abril o sindicato tenta uma negociação junto ao executivo municipal.

Publicado: 10/06/2022 19:19 | Última modificação: 10/06/2022 19:19

Escrito por: Andressa Boa Sorte/Sintep-MT

Sintep-MT/Cotriguaçu

Os trabalhadores da educação do município de Cotriguaçu (distante cerca de 960 Km de Cuiabá), travam uma luta para ter o reajuste salarial da categoria conforme o estabelecido na Lei do Piso e no percentual atual praticado para profissionais do magistério.

Segundo Carlito Pereira da Rocha, Diretor Regional do Sintep-MT, desde que a Lei do Piso foi instituída, em 2008, os educadores de Cotriguaçú nunca tiveram esse direito respeitado. “Nós estamos sempre em busca de que esses reajustes sejam feitos respeitando a referência que é o piso nacional inicial da carreira. Neste ano, buscamos apoio junto aos vereadores, e mesmo assim, o projeto enviado pelo executivo à Casa de Leis, que não contempla as nossas reivindicações, foi aprovado”, lamentou o sindicalista.

Conforme Carlito, desde o mês de abril o sindicato tenta uma negociação junto ao executivo municipal. A desculpa usada pela prefeitura, no entanto, é de que a concessão do reajuste esbarraria na Lei de Responsabilidade Fiscal. “A questão da LRF é usada como desculpa, porque nós fizemos estudos e cálculos e sabemos que há sim viabilidade financeira para o cumprimento do reajuste integral do piso. Apesar disso, a proposta do executivo aprovada na Câmara foi de um reajuste de apenas 12% em maio. Dessa forma, nossa remuneração continua defasada em pelo menos dois anos”, disse.

Sintep-MT/Cotriguaçu
Educadores de Cotriguaçu em protesto pelo pagamento integral do Piso Salarial.

Além disso, outras funções inclusas na categoria de profissionais da educação, como apoios e técnicos, seguem recebendo salários até mesmo abaixo do salário mínimo. “Essas referências para pagamento inicial da remuneração dos nossos técnicos e apoios são completamente absurdas. Esses profissionais também estão inclusos na carreira da Educação e, ainda assim, recebem salários completamente abaixo do estabelecido pela Lei do Piso. Um Auxiliar Administrativo, por exemplo, recebe hoje R$ 1.188 e um Apoio Administrativo, R$ 1.084. É muito desrespeito com esses trabalhadores”, criticou o Diretor Regional.

Diante da recusa do executivo municipal em pagar o reajuste integral do piso aos trabalhadores, a categoria decidiu em Assembleia Geral, intensificar a agenda de mobilizações e paralisações em repúdio à falta de compromisso da gestão com os educadores e a pauta salarial da categoria. “Nós vamos às ruas mostrar nossa indignação ao executivo, à toda comunidade escolar e à própria sociedade, que precisa saber como o trabalhador da educação é tratado. Se não há valorização profissional, a educação como um todo fica prejudicada”, finalizou.