Educadores de Alto Paraguai anunciam greve para o próximo dia 5 de setembro
Categoria reivindica 4,29% de reajuste para toda a categoria, de um piso salarial defasado em mais de 50%
Publicado: 01/09/2023 18:52 | Última modificação: 01/09/2023 18:52
Escrito por: Roseli Riechelmann
Com perdas salariais que somam mais de 50% em relação ao piso profissional nacional, e desvalorização recorrente nos últimos dez anos, as trabalhadoras da educação da rede municipal de Alto Paraguai anunciam greve para o próximo dia 5 de setembro. O comunicado foi protocolado esta sexta-feira (01/09) para a administração municipal, pela subsede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público, no município.
Durante a última semana de agosto a categoria realizou Assembleia Geral, com presença do diretor regional do Sintep-MT, Médio Norte II – Alto Paraguai, Joildo Jovino de Oliveira, para debater a proposta encaminhada pela prefeitura. No documento, a administração sugere repasse de percentuais diferenciados entre professores e demais trabalhadores da carreira da educação. “A proposta da prefeitura precariza ainda mais as condições dos trabalhadores da educação, que sequer Revisão Geral Anual (RGA) integral receberam em 2023”, aponta o dirigente regional.
Segundo a presidente da subsede do Sintep-MT/Alto Paraguai, Márcia Araújo Gomes, a prefeitura repassou no início do ano 4,7%, após ameaça de não iniciarem as aulas sem a recomposição salarial. O repasse foi inferior a correção do Piso Salarial Profissional Nacional, que em 2023 chegou a 14,95%. No mesmo ano, o reajuste da prefeitura de Alto Paraguai sequer atingiu a correção da inflação, de 5,8%.
Conforme Márcia, a categoria aceitou o repasse no início do ano, com a perspectiva de retomar o diálogo com a prefeitura para pagamento da diferença. As perdas do poder de compra acentuam a desvalorização da profissão. Hoje o piso inicial da carreira na educação municipal é de R$ 1.900,00. “A prefeitura de Alto Paraguai não paga nem mesmo o valor proporcional do piso salarial nacional, referente a jornada de 27 horas, já que o Piso Nacional em 2023 é de R$ 4.420,00, para 40 horas”, relata.
A categoria está pronta para o enfrentamento, diante do descaso do prefeito que tenta solucionar o impasse fragmentando a carreira, com proposta de reajuste de 4,29% para os professores e 2,2% para os demais trabalhadores da educação. A dirigente destaca que a proposta foi recusada pelo coletivo, que defende os 4,29% para todos. Segundo a presidente, os funcionários da educação já estão com salários precarizados.
“Os salários dos funcionários seguem tabela diferenciada e estão ainda piores do que os dos professores. Outro ponto que precisamos avançar para romper a precarização é implementar Concurso Público. Há mais de dez anos não temos Concurso e nem mesmo processo seletivo. Estamos com cerca de 60% do quadro com contratos temporários”, revela a dirigente.