Educadora de MT leva debate sobre cuidados paliativos à Conferência Nacional das Mulheres
Mônica Streger, professora da rede estadual e ativista, destacou a importância de incluir as mulheres em cuidados paliativos nas discussões sobre políticas públicas voltadas ao gênero
Publicado: 02/10/2025 10:36 | Última modificação: 02/10/2025 10:36
Escrito por: Roseli Riechelmann

A professora licenciada da rede estadual de Mato Grosso, doutoranda, filiada ao Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Mônica Streger, atualmente atua como ativista nas políticas de assistência e tratamento voltadas às pessoas em cuidados paliativos. Nesta semana, no dia 29 de setembro, ela esteve em Brasília para levar essa pauta à 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres.
O debate sobre políticas públicas para as mulheres voltou à agenda nacional após uma lacuna de dez anos desde a última edição da conferência. Nesta retomada, a fala das mulheres em cuidados paliativos esteve representada por Mônica, que participou como delegada. Na oportunidade levou o exemplar de seu mais recente livro, o segundo da trilogia “É [Sobre]....”, intitulado “E {Sobre} Viver”, e antes dele, “É {Sobre} Vida”, de 2024.
“Participar desse evento é dar visibilidade a mulheres que são socialmente invisibilizadas. Mulheres que estão atravessando o adoecimento contínuo. Estar na conferência é muito importante para mim, que represento as mulheres que, às vezes, nem conseguem se levantar ou chegar a um lugar como esse”, destacou.
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A etapa nacional da conferência foi resultado de um amplo processo de mobilização que percorreu todo o país ao longo de 2025. Participaram representantes que expressaram a diversidade das mulheres brasileiras: negras, indígenas, com deficiência, quilombolas, ciganas, LBTs, de povos e comunidades tradicionais, jovens, idosas, das cidades, do campo e das águas. O evento teve como tema: “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”.
Para Mônica, os debates refletiram os inúmeros desafios enfrentados pelas mulheres, entre eles o silenciamento a falta de estímulo para que participem. Nesse cenário, a educadora e agora ativista deu voz às pacientes em cuidados paliativos.
“A voz da mulher que cuidou a vida inteira e que agora precisa ser cuidada. Porque, caso contrário, vamos manter um debate fragmentado, olhando apenas para as mulheres saudáveis, ativas e jovens — esquecendo que o adoecimento é parte integrante da vida. Em algum momento, todos nós vamos adoecer ou teremos alguém doente na família”, afirmou.
A luta de Mônica é por políticas públicas que considerem o cuidado como eixo central. “Vim com esforço para participar desta conferência porque é importante e simbólica a representação das mulheres que, assim como eu, estão em cuidados paliativos”, concluiu.