Educação meritocrática provoca demissões na rede estadual de educação em MT


Política Meritocrática do Governo Mauro Mendes causa impacto profundo na Educação Pública de Mato Grosso

Publicado: 24/07/2024 17:33 | Última modificação: 24/07/2024 17:33

Escrito por: Redação Sintep-MT

Reprodução/Arte Sintep-MT

O Governo Mauro Mendes demite educadores de funções da gestão escolar por não atingirem os resultados esperados. Uma leva de editais de demissão foi publicada hoje (24/07) no Diário Oficial do Estado, confirmando a conduta meritocrática no serviço público. Para o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), qualquer semelhança com o poema de autoria de Eduardo Alves da Costa, não é mera coincidência.

"Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada". (Eduardo Alves da Costa)

O presidente do Sintep-MT, professor Valdeir Pereira, criticou a imposição de resultados padronizados no setor público, lembrando que as escolas lidam com realidades diversas e complexas. "Estudantes e educadores não são peças e nem objetos de podem ser descartados ao bel prazer da Seduc-MT sem a garantia da ampla defesa e contraditório. A prática de vivenciamos, em Mato Grosso, é de um estado absolutista e autoritário que não guarda relação com a democracia", afirmou. Segundo ele, a insistência em uma política meritocrática intransigente está desvalorizando a carreira na educação e prejudicando a qualidade do ensino público.

As demissões são vistas como a ponta do iceberg de uma série de medidas controversas do governo estadual, incluindo o ataque à liberdade de cátedra, confisco de salários dos aposentados, rompimento com políticas de valorização profissional, implantação de gratificações por resultado, e a entrega de escolas públicas para militares. Além disso, houve a suspensão de concursos públicos e a redução do quadro de profissionais, substituídos por terceirizados com salários precarizados.

O Sintep-MT planeja uma resposta contundente. Nos dias 10 e 11 de agosto, o Conselho de Representantes do sindicato se reunirá para discutir ações de enfrentamento. Uma paralisação de 24 horas da Educação está marcada para o dia 12 de agosto, com uma Assembleia Geral para reafirmar a necessidade de diálogo com o governo sobre as pautas de reivindicações e tirar os encaminhamentos contra o autoritarismo da Gestão do Governador Mauro Mendes (União Brasil).

A política meritocrática do governo de Mauro Mendes na educação pública tem gerado profundas críticas da comunidade educacional. O Sintep-MT alerta para os riscos de se continuar nessa direção será extremamente afetada a educação pública gratuita, laica e de qualidade, que valorize os profissionais e respeite a diversidade e os direitos dos estudantes.