Economia em alta e salários em baixa reforça a luta do Sintep-MT para recompor o poder de compra


Profissionais da educação da rede estadual estarão mobilizados em acampamento para expor as falácias do governo Mauro Mendes

Publicado: 05/07/2024 18:29 | Última modificação: 05/07/2024 18:29

Escrito por: Roseli Riechelmann

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O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) realiza entre os dias 15 e 19 de julho, um novo ato de protestos pela valorização dos profissionais da educação da rede estadual. Com o tema “Mato Grosso cresce e os educadores empobrecem. Assim não dá!” a entidade retoma a defesa de que uma economia que cresce sem justiça social tem interesses perversos.

Em 2023, o estado de Mato Grosso bateu recorde nacional com o PIB (Produto Interno Bruto), termômetro da economia, chegando a 10,6%. Apesar do crescimento, no mesmo ano os profissionais da educação da ativa cobravam valorização salarial com ganho real, para compensar o arrocho salarial dos últimos sete anos. Ao longo desse período a perda do poder de compra foi superior aos 36% previsto na proposta de valorização de quatro anos feita pela entidade.

Paralelamente, na mesma linha de empobrecimento estão os aposentados e pensionistas da educação estadual. Desde de 2019 sofrem com o congelamento do poder de compra, pela ausência de correção dos salários dos educadores. Mas ainda pior, foi a incidência de alíquota previdenciária de 14% sobre os proventos, desde 2020. O chamado confisco das aposentadorias trazidos com a reforma previdenciária do governador Mauro Mendes.

É esse cenário, que leva a categoria a cobrar valorização durante o Acampamento da Resistência, agendado para a região do Centro Política Administrativo (CPA), na Praça do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde ficarão acampados. O objeto é expor as contradições nas argumentações do governo estadual, além de ressaltar os impactos negativos para a educação, nas medidas econômicas adotadas. 

A mobilização quer evidenciar o que está por trás da argumentação de equilíbrio financeiro do estado, com práticas que fortalecem a concentração de renda e a riqueza dos segmentos empresariais e do agro, e distribui a pobreza e a miséria para todos os demais. 

Conforme pergunta e responde o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, “o governo está mantendo as contas equilibradas a que custo? Com a precarização dos serviços públicos via sucateamento dos contratos de trabalho; adoecimento físico e mental dos profissionais da educação para cumprir metas e complementar renda; e, com o descaso daqueles que contribuíram durante anos com o estado e, na fase que mais precisam, são sacrificados”, disse o dirigente.

Parafraseando a falecida economista e professora da Universidade de São Paulo (USP), Maria da Conceição Tavares, o dirigente lembra que “uma economia que precisa primeiro crescer, depois se estabilizar e depois distribuir é uma falácia”.