Dossiê do Sintep-MT denuncia escolas sem água, equipe de limpeza, em plena pandemia


A ausência dos investimentos do governo de Mato Grosso nas unidades escolares provoca sucessivos casos de suspensão de aulas e fechamento de escolas, por falta de condições para receber a comunidade escolar com segurança

Publicado: 18/09/2021 12:28 | Última modificação: 18/09/2021 12:28

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT

A Escola Estadual Raimundo Pinheiro, em Cuiabá, suspendeu as aulas presenciais em modelo híbrido durante dois dias esta semana (10 e 11/08), por falta de água. A unidade registra problemas na tubulação sanitária, que necessita de reformas. A gestão comunicou aos pais e responsáveis, pelas redes sociais, que retornarão amanhã (12/08), após solucionar o problema.

O diagnóstico de infraestrutura precária das escolas estaduais para o retorno presencial foi dado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), antes mesmo da pandemia. Contudo, com a chegada da crise sanitária, em 2020, a reivindicação ganhou prioridade por parte da categoria, diante dos protocolos de combate à proliferação do vírus Sars COv 2. “Sem água é inviável o funcionamento das escolas.
Com a pandemia, se torna impossível. O governo ignorou as tentativas de diálogo com Sintep/MT e insiste no projeto unilateral que tem revelado suas consequências”, destaca o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira.

Segundo o dirigente, é obvio que as condições estruturais das unidades são fundamentais para a contenção da pandemia. E isso, observa, era de conhecimento do governo, pois está citado nos protocolos de segurança da Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT) e Secretaria de Estado de Saúde (SES). “É uma contradição do próprio governo determinar a volta às aulas presenciais sabendo que existem espaços que sequer são arejados. Duas das unidades que nos enviaram relatos possuem janelas fechadas ou lacradas”, destaca.

O Sintep/MT elabora um dossiê sobre as condições de infraestrutura das escolas públicas do estado, que servirá de subsídio para ação do Ministério Público do Estado, diante da irresponsabilidade do executivo estadual, com a vida da população. Além da falta de infraestrutura, constam ainda relatos sobre a ausência de profissionais para a manutenção da limpeza e higienização dos espaços escolares, agentes de pátio e merendeiras.

Conforme deliberado em Assembleia da categoria, os trabalhadores da educação exigem que o Governo amplie os investimentos financeiros para reformas das unidades escolares que estão sem as devidas condições para seu funcionamento. E mais, precisa investir nas medidas necessárias de adequação das unidades escolares para o atendimento pós-pandemia: adequações dos espaços físicos e estrutura, principalmente aqueles que foram subtraídos (laboratório de informática) para atender matrículas. “Não aceitaremos medidas economicistas que reduzam investimentos necessários para garantir um processo seguro e amplo de ensino e aprendizagem”, conclui Valdeir Pereira.

Fonte: Assessoria/Sintep-MT