Diretor se emociona com manifestação da comunidade escolar após sofrer represália da DRE


Na manhã de segunda-feira (08), alunos se mobilizaram em frente à Escola Estadual Djalma Ferreira De Souza para reivindicar o retorno do diretor.

Publicado: 09/05/2023 08:26 | Última modificação: 09/05/2023 08:26

Escrito por: Andressa Boa Sorte/Sintep-MT

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O professor Osvaldo Neto, que ocupava, até a última semana, o cargo de diretor na Escola Estadual Djalma Ferreira De Souza, se emocionou com a manifestação organizada por estudantes da unidade de ensino, pedindo o retorno dele ao cargo na manhã desta segunda-feira (8).

Ocorre que, o educador foi comunicado pela Diretoria Regional de Ensino (DRE), na sexta-feira (6), que estaria sendo removido da função a partir daquela data. Ao questionar a motivação da Secretaria Estadual de Educação em destituí-lo da função de diretor, ficou sem resposta.

“Eu fiz o questionamento sobre o porquê de estar sendo removido da função e não souberam me informar. Disseram apenas que eu ‘não estaria cumprindo com as minhas atribuições de gestor escolar’. Nesse momento eu fiquei muito perplexo porque, se analisarem a questão financeira da escola, de estrutura, pedagógica, tudo está em perfeita ordem. Eu exerço a função com muito amor e respeito pelos alunos e por todos os trabalhadores que atuam na escola. Realmente foi algo sem explicação já que não souberam especificar o que eu estaria deixando de fazer enquanto diretor”, disse o educador que é efetivo da rede estadual de ensino em Mato Grosso desde 2018.

O ex-diretor disse ainda que, chegou a seu conhecimento, que a cessação de função do cargo de diretor, teria sido uma represália da Seduc-MT, por ter participado de uma atividade realizada pelo Sintep-MT. “Chegou para mim essa informação de que gestores da Seduc-MT, viram fotos minhas durante um ato público convocado pelo sindicato do qual faço parte, que é o Sintep-MT, que sempre se manifesta cobrando a valorização dos educadores e por uma escola pública de qualidade em Mato Grosso. Pra mim, tudo isso é uma grande injustiça,” lamentou o educador.

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Na manhã de segunda-feira (08), alunos se mobilizaram em frente à Escola Estadual Djalma Ferreira De Souza para reivindicar o retorno do diretor. Com cornetas e cartazes, os estudantes ocuparam a portaria e a avenida da unidade educacional. A mobilização também ocorreu em redes sociais. “Luto, segunda-feira ninguém vai de uniforme, roupa preta. Ninguém vai pisar na sala de aula enquanto o Neto não estiver na sala dele. Em nome do nosso querido diretor Neto e o respeito que temos com ele”, cita uma das publicações.

Para o profissional, a atitude dos alunos foi comovente. Em entrevista ao Sintep-MT, ele chegou a se emocionar ao mencionar a atitude dos estudantes. “De tudo isso que está acontecendo, que me entristeceu muito, teve essa situação que alegrou meu coração, que foi um ato espontâneo desses estudantes, que mostram que eu sempre atuei dando meu melhor e colocando meu coração naquilo que faço. Só tenho que agradecer todo esse carinho”, disse.

O presidente do Sintep-MT, professor Valdeir Pereira, criticou a atitude da Seduc-MT, que, por meio da DRE, removeu o diretor do cargo sem nenhuma explicação. “Infelizmente esse tipo de perseguição está acontecendo com nossos trabalhadores da educação que exercem seu direito livre e democrático de protestar e lutar pela escola pública”, disse.

O sindicalista ainda destacou que, atitudes como essa da Seduc, são reflexo do desrespeito do governo Mauro Mendes, à Gestão Democrática. “Quando a Seduc passou a excluir todo o processo democrático que envolve as eleições para a escolha de diretor escolar, essa figura tão importante no sistema de ensino passou a ser tratada pelo estado como um instrumento político, que, se não estiver alinhado à sua ideologia, não serve pro governo”, criticou Valdeir.

Quanto ao caso do professor Osvaldo, o presidente do Sintep-MT disse que a entidade quer respostas. “Isso não é algo que vamos aceitar. Estamos requerendo uma explicação formal da Secretaria de Estado de Educação sobre esse caso”, finalizou.

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