Diante de novas ofensivas aos direitos dos trabalhadores o Sintep-MT reafirma estratégias de luta
Conselho de Representantes faz análise de conjuntura indicando o fortalecimento coletivo como defesa da educação pública.
Publicado: 15/02/2025 18:26 | Última modificação: 15/02/2025 18:26
Escrito por: Roseli Riechelmann

O avanço da classe trabalhadora nas políticas públicas nacionais e, por outro lado, enfrentamento contra as medidas neoliberais adotadas no governo de Mato Grosso foram destaque na análise de conjuntura, deste sábado (15/02), no primeiro Conselho de Representantes de 2025, do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), em Cuiabá. Os desafios foram apresentados pelos palestrantes, o convidado professor doutor Marcos Caron, e pelo presidente do Sintep-MT, professor Valdeir Pereira.
O professor doutor Marcos Caron, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), fez registro histórico do Brasil nos governos Lula I, II e na atual gestão. Trouxe aspectos econômicos, políticos e sociais desses três momentos. O objetivo foi mostrar que apesar dos interesses do Mercado, da mentalidade colonialista de grande parte da sociedade, agravada pelo fundamentalismo religioso, militarização, avanço do agronegócio, fortalecendo no governo Bolsonaro, há sinais de esperança para os interesses da classe trabalhadora.
Invisibilidade
O palestrante elencou as políticas sociais que estão sendo implementadas na administração progressista no governo federal, mas ainda não percebidas por parte da população. Citou a ampliação da empregabilidade, dos serviços, da renda das famílias, da inserção do Brasil no cenário internacional, e a ampliação dos programas sociais. “Apesar da comunicação oficial do governo, a infiltração da direita nos canais e redes sociais fortaleceram bolhas de difícil rompimento”, destaca Caron.
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Para Caron as conquistas da área econômica com o ministro Fernando Hadad seriam motivo de comemoração em qualquer país do mundo. “O governo pagou dívidas de precatórios deixados da gestão Bolsonaro, apresentou e aprovou a Reforma Tributária, uma justiça fiscal, e traz ainda a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil”, ressalta. No entanto, não é o foco das notícias dos veículos de comunicação.
Rede Estadual
Na conjuntura estadual de Mato Grosso, o foco são as políticas voltadas para o enfraquecimento das lutas por valorização. O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, esclareceu em sua análise, o favorecimento ao agronegócio na disputa de recursos públicos, citando que o orçamento de R$ 35 milhões perde R$ 14 milhões, em isenções e renúncias fiscais. “Convivemos com as desigualdades”, e lembra as filas dos ossinhos, registradas no estado.
Na apresentação Valdeir Pereira citou a incoerência de investimentos públicos em escolas de gestão militar, e as cívicos-militares, para ressaltar a serviço de quem está o governo estadual. “Hoje enquanto a escola pública convive com a sobrecarga de trabalho por falta de recursos humanos, o governo convoca militares para atuarem no espaço de educação com salários que chegam a R$ 16 mil”, ressaltou.

Desafios
Valdeir foi além e lembrou que entre os desmontes da escola pública está o processo de fechamento das unidades escolares do estado, sem justificativas plausíveis. Citou também, o ataque ao currículo por meio de padronização curricular, retirando a autonomia do professor, e apresentando aberrações no conteúdo, ao inserir nos livros ideias de que o aquecimento global não tem causas conhecidas.
Segundo o dirigente, o discurso do governo com propaganda de equilíbrio fiscal e salários em dia, omite para quem se beneficia com esse equilíbrio fiscal. Valdeir elencou ainda, a pouca autonomia entre os poderes Legislativo e Judiciário frente aos interesses do Executivo. E mais, o assédio moral praticado na gestão pública, a falta de diálogo com as entidades representantes dos servidores e a política neoliberal trazida por meio da privatização dos serviços públicos.
“Nosso desafio é lutar contra o desmonte da carreira e dos salários, condições de trabalho na rede estadual, bem como nos municípios, onde a grande maioria sequer recebe o Piso Salarial Nacional”, concluiu.