Derrota de Mauro Mendes nas eleições municipais reflete rejeição à sua política, afirma Sintep-MT
Em entrevista, o dirigente aponta que a falta de políticas públicas e o autoritarismo do governador foram decisivos para a rejeição aos candidatos nas eleições municipais.
Publicado: 11/10/2024 10:26 | Última modificação: 11/10/2024 10:26
Escrito por: Sintep-MT
O professor Valdeir Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), destacou em entrevista ao programa Opinião, da Rádio CPA 105,9, nesta quinta-feira (10), que os resultados das eleições municipais nas três maiores cidades do estado evidenciam a insatisfação popular com o governador Mauro Mendes. As derrotas dos candidatos apoiados por Mendes nas cidades que concentram quase um terço do eleitorado mato-grossense foram vistas como uma resposta à arrogância e às políticas excludentes do governador, duramente criticadas pelo Sintep-MT.
"Mato Grosso cresce, mas a população empobrece, pois Mauro Mendes e seus aliados transformaram o estado em um verdadeiro balcão de negócios, atendendo apenas os interesses dos mais ricos", afirmou Valdeir. Ele citou as derrotas de Eduardo Botelho (União Brasil) em Cuiabá, Kalil Baracat (MDB) em Várzea Grande, e Tiago Silva (MDB) em Rondonópolis, todos apoiados por Mendes. Segundo o dirigente, nem as vultuosas somas investidas nessas campanhas foram capazes de reverter a rejeição popular.
"A população está despertando para o fato de que o estado é rico às suas custas, enquanto carece de políticas públicas. A Assembleia Legislativa e candidatos a reeleição se curvaram demais ao todo-poderoso Mauro Mendes, agindo com arrogância e desrespeito", criticou Valdeir.
O presidente do Sintep-MT também reforçou que o governo tem negligenciado pautas importantes, principalmente na área da educação. Ele apontou a postura autoritária do governador, que se recusa a debater as reivindicações do sindicato e patrocina uma associação de servidores da educação para intermediar pautas favoráveis ao governo, como no caso do pagamento do 1/3 de férias aos professores contratados.
Entre as principais lutas do Sintep-MT, Valdeir destacou o fim do confisco das aposentadorias, a realização de concurso público para todos os cargos da carreira, e a valorização salarial, que perdeu força desde o fim da política de "dobra do poder de compra". "Os profissionais da educação recebem atualmente 50% a menos do que deveriam", enfatizou.
Além da educação, Valdeir criticou decisões do governo em outras áreas, como o meio ambiente, citando o avanço de garimpos em perímetros urbanos, colocando em risco o lençol freático com contaminação por mercúrio, e a licitação de rodovias, colocada sob suspeita pelo Tribunal de Contas do Estado.
Ele também denunciou uma manobra no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que inflou os resultados do estado ao promover aprovações fraudulentas de estudantes, como no caso de um aluno preso que foi registrado como aprovado. "A educação no estado está sendo desmantelada, mas a categoria resiste às políticas de arrocho e desmonte", concluiu.