Deputado tenta calar trabalhadores da educação anunciando CPI em sindicato


Requerimento de CPI quer parar as lutas do Sintep-MT em defesa da classe trabalhadora e dos direitos sociais

Publicado: 09/02/2023 20:43 | Última modificação: 09/02/2023 20:43

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) aponta que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), anunciada ontem (08/02), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), proposta pelo Deputado Cattani (PL), com apoio de outros oito deputados (Dilmar Dal’Bosco (União), Diego Guimarães (Republicanos), Claudio Ferreira (PTB), Júlio Campos (União), Valmir Moretto (Republicanos), Dr. João (MDB), Faissal Calil (Cidadania), Elizeu Nascimento), é uma tentativa de calar as lutas em defesa da classe trabalhadora e contra os desmontes das políticas educacionais.

Segundo avaliam os dirigentes trata-se de uma CPI com características de perseguição daqueles que deveriam estar preocupados com garantir o início do ano letivo, que enfrenta a falta de profissionais nas escolas e estudantes do Novo Ensino que não assistem a integralidade das aulas para não perder o horário do ônibus escolar. A cobrança do papel dos deputados se estende para o cumprimento, no estado de Mato Grosso, do pagamento do piso da Educação e o descaso do confisco dos salários de aposentados e pensionistas.   

Edevaldo José/Sintep-MT
Pressão dos servidores públicos para que os deputados aprovassem o cumprimento do pagamento integral da RGA

“A criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) é uma tentativa absurda de frear as defesas feitas pela entidade sindical dos interesses da categoria e da sociedade, com garantias de uma Educação Pública com a aplicação devida dos recursos sociais, assegurando   a qualidade socialmente referenciada”, afirma o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.

O presidente recorda que a tentativas de desmobilização e ataques à entidade sindical são recorrentes, em especial por deputados descompromissados com o estado. O Sintep-MT tem feito resistência contra os desmontes das escolas públicas em ações como: golpe na lei de carreira (LC 050/98); ao confisco de 14% das aposentadorias; luta pela valorização salarial; condições dignas de trabalho; melhorias das infraestruturas educacionais; uso devido dos recursos da Educação, entre outros.

Edevaldo José/Sintep-MT
Manifestantes pressionam deputados em mobilização na ALMT

Conforme o dirigente, os desmontes da Educação Pública estão recorrentes na Assembleia Legislativa e que, alguns dos deputados que querem a CPI, são os mesmos que votaram pelo confisco das aposentadorias; votaram favoráveis ao calote da RGA e são pela militarização de escolas. Há ainda, os que fogem da Assembleia Legislativa em dias de votação de pautas importantes aos interesses da sociedade e dos servidores públicos. 
Na avaliação do sindicato, o cenário de enfrentamento foi intensificado, a partir de 2019, quando o Sintep-MT fortalece as frentes de ataque contra a Reforma da Previdência dos servidores; luta pelo fim da política de redimensionamento das escolas estaduais.