Delegados da regional Sul I do Sintep-MT elegem representantes para o XIX Congresso Estadual


Encontro em Rondonópolis reuniu trabalhadores da educação e debateu desafios e retrocessos no acesso à educação pública

Publicado: 11/11/2025 17:57 | Última modificação: 11/11/2025 17:57

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep/Rondonópolis
Delegados e dirigentes do Sintep-MT durante etapa regional do polo sindical Sul l

A etapa regional do XIX Congresso Estadual do Sintep-MT, no polo Sul l – Serra da Pretrovina, ocorreu no município de Rondonópolis, no dia 8 de novembro, e elegeu 40 delegados para o debate estadual, em fevereiro de 2026. Segundo o diretor regional, Bartolomeu Basili, foi a oportunidade para aprofundar o diálogo com a categoria, sobre os desafios do acesso à educação pública e gratuita, considerando as desigualdades sociais, étnicas, de gênero e territoriais.

Na abertura dos trabalhos, a vice-presidente do Sintep-MT, María Celma Oliveirah, tratou sobre o cenário político e econômico de Mato Grosso. Destacou a realidade do estado do Agro, rico, contudo, com profundas desigualdades sociais. Exemplificou com o fato de as riquezas não refletirem a vida da população, a exemplo dos 58% beneficiados com a isenção do Imposto de Renda em 2026. Ou seja, a maioria ganha até R$ 5 mil.

Segundo Celma, na educação pública, os profissionais também sofrem com o processo de desvalorização e de pautas de retrocesso, através do processo de privatização da educação, desvalorização da carreira, ausência de gestão democrática, entre outras. “O governo Mauro Mendes, se caracteriza como centralizador, autoritário e sem diálogo, especialmente com o Sintep-MT”, afirma María Celma

Sintep/Rondonópolis
As palestrantes María Celma (à esquerda) e Guelda Andrade, entre o diretor de Formação Sindical do Sintep-MT, João Eudes

A  palestrante, Guelda Andrade, secretária de Políticas Educacionais do Sintep-MT e coordenadora do Congresso, abordou o projeto de educação estadual, vinculado às demandas do mercado internacional, que busca se apropriar de grandes fatias dos recursos públicos destinados à educação. O tema aprofunda os debates do XIX Congresso, que terá como eixo central “PNE: Ressignificar o acesso à educação como direito humano”.

A dirigente ressaltou o projeto privatista e mercantilista da educação pública por meio de ações como: as parcerias público-privada, compra de plataformas de conteúdos e apostilas, contratação direta dos professores, como microempreendedores e limitação do financiamento. Todas medidas que atendem aos interesses do mercado financeiro.

Guelda tratou sobre a importância do PNE e de atenção ao substitutivo em tramitação, no Congresso Nacional, que visa a apropriação dos recursos públicos da educação. Como exemplo cita os 10% de ampliação do investimentos para a educação pública, defendido no PNE. "O substitutivo defende apenas 7,5% de financiamento para a educação pública e outros 3,5% para a educação privada”, ressaltou.  

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Os trabalhos foram conduzidos pelo diretor da regional Sul l, Bartolomeu Basili (ao centro) 

A defesa do Sindicato é sobre pensar a educação integral e de tempo integral. Diante disso, Guelda destaca: “o Plano Nacional de Educação deve ter reflexo nos planos estaduais e municipais com alinhamento ao sistema nacional para garantir financiamento e avançar na qualidade da educação pública”.

Dos delegados que participaram da etapa em Rondonópolis, o professor Daniel Ricardo Martins, manifestou como positiva a experiência. Destacou ainda como relevante a troca de ideias e participação de representantes de outros municípios. “Temos que debater as políticas públicas e sua importância para educação nacional, estadual e municipal. Buscar estratégias junto com os profissionais da educação para garantir essas políticas e fazer o enfrentamento”, destacou.