Comunidade da EE Profª Adalgisa de Barros condena nova tentativa de militarização da unidade


Governo anuncia audiência pública para debater o fechamento da unidade durante o período de férias escolares

Publicado: 20/01/2023 15:10 | Última modificação: 20/01/2023 15:10

Escrito por: Roseli Riechelmann/Sintep-MT

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A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) volta a impor o fechamento da Escola Estadual Adalgisa de Barros, em Várzea Grande, para militarização da unidade. O atropelando aos anseios já manifestado em audiência pública anterior recorrem em intolerância à decisão coletiva. E de forma impositiva e ilegítima, convoca de nova audiência para 23 de janeiro, período de férias escolares

A comunidade escolar, denuncia a Seduc-MT e a Diretoria Regional de Ensino (DRE), por desrespeito às leis, aos pais e responsáveis, profissionais da escola e, principalmente, aos estudantes. Para essa nova audiência, da próxima segunda-feira, descumpriu todas as regras estabelecidas na própria Lei que criou escolas cívico-militares em Mato Grosso- Lei 17.359/2021, bem como a Lei 7040/98, Lei da Gestão Democrática, ao desconsiderar a posição do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE).

Os profissionais da escola ficaram sabendo no dia do retorno das férias 18 de janeiro que haveria o novo debate sobre o fechamento da escola. A unidade, referência no município, com mais de 60 anos de fundação, e um dos melhores índices de desenvolvimento da educação dos estudantes, está ameaçada.

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Comunidade escolar em protesto contra militarização da EE Professora Adalgisa de Barros

A comunidade escolar se reorganiza para resistir a nova tentativa de golpe da Seduc-MT. Na última audiência pública, dia 1 de dezembro de 2022, os profissionais classificaram o processo como “farsa geral, antidemocrática e golpista”. Em ata ficou registrado a posição da maioria contra a militarização da escola, apesar do processo de debate público ser interrompido e encerrado, com a retirada dos representantes do governo de estado. Entre eles militares e pessoas desconexas com a comunidade, além de forte aparato policial. 

Segundo Nota Pública da Escola Estadual Adalgisa de Barros, a defesa é pela liberdade como elemento essencial da prática educacional e criticam a iniciativa, que visa controlar o ambiente escolar, tentando instalar nele a disciplina militar. “Escola é lugar de liberdade, tanto para educadores quanto para os estudantes”, ressalta a professora da escola e sindicalista Vânia Maria Miranda.

Os educadores e estudantes cobram o fim da tentativa de militarização da unidade e abertura de debate para projetos que tragam a recuperação da qualidade da educação e do aprendizado, diante dos impactos na aprendizagem provocados pela pandemia. A revolta apresentada pelos profissionais e estudantes da escola quanto ao processo arbitrário da Seduc-MT está registrada em vídeos divulgado nas redes sociais e até mesmo em publicações na mídia estadual.
Para o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, a Seduc-MT vem conduzindo esse processo de militarização de uma maneira tendenciosa e antidemocrática, tendo em vista que na última audiência pública a representante da Seduc fez de tudo para causar uma confusão generalizada, quando a mesma tomava a palavra de quem era contra à militarização e, por outro lado, dava voz apenas a quem era a favor, desrespeitando inclusive o tempo de fala previsto previamente.