Burocracia na Seduc-MT deixa estudantes sem salas de aula


Com um número insuficiente de matrículas para formar uma turma, aproximadamente 50 estudantes da Escola Estadual Padre José de Anchieta aguardam no auditório da unidade.

Publicado: 07/02/2024 17:05 | Última modificação: 07/02/2024 17:05

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução
Seduc-MT inicia ano letivo de 2024 sem garantir carteiras e salas de aulas adequadas para os estudantes

A subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) em Lambari d’Oeste (339 km de Cuiabá-MT) denuncia a situação de 50 estudantes do 8º ano da Escola Estadual Padre José de Anchieta, que estão tendo aulas de forma improvisada no auditório da escola. Segundo a presidente da subsede do Sintep/Lambari d’Oeste, professora Luciene Silva de Jesus Meneses Faria, o problema é causado pela organização de turmas estabelecida pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT). “O sistema de formação de turmas não permite a abertura de uma sala de aula com menos de 30 matrículas”, relata. Com isso, 20 estudantes estão sem aulas na escola, aguardando a realização de mais dez matrículas para que possam estudar em condições adequadas.

Enquanto aguardam a resolução burocrática, os professores enfrentam o desafio de manter os 50 estudantes, com idades entre 13 e 14 anos, engajados nos estudos. Entre as queixas, destaca-se o fato de que o auditório não possui quadro escolar, tampouco carteiras adequadas. Além disso, esses estudantes não receberam apostilas, somado à ausência de atribuição de professores para várias disciplinas.

Até o momento desta reportagem, nesta quarta-feira (07/02), terceiro dia do ano letivo de 2024 na rede estadual, cinco disciplinas não tinham profissionais atribuídos: geografia, matemática, ciências, biologia e artes, além da falta de um coordenador na escola. Para o Sintep-MT, a ingerência dos órgãos de educação do estado é intensificada por políticas criadas pelo próprio governo. No caso de Lambari d’Oeste, o aumento de estudantes na escola é uma consequência do decreto de redimensionamento, que transferiu estudantes da segunda etapa do ensino fundamental (6º ao 9º ano) do município para o estado, enquanto as prefeituras assumem todas as matrículas do 1º ao 5º ano. No caso de Lambari d’Oeste, a prefeitura repassou os 8º e 9º anos para a rede estadual, o que, pelo ocorrido, não foi previsto.

Para Luciene Silva de Jesus Meneses Faria, de concreto, está o caos gerado e o desrespeito com os profissionais da educação e com o direito dos estudantes.