Assembleia do Sintep-MT delibera calendário de mobilizações e luta por pautas prioritárias


As ações se estenderão até o segundo semestre cobrando do governo audiências para superação das dificuldades que os profissionais da educação estadual vêm sofrendo: Valorização com ganho real, Concurso Público e Fim do Confisco das Aposentaodorias

Publicado: 20/05/2024 17:50 | Última modificação: 20/05/2024 17:50

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Francisco Alves
Profissionais da Educação aprovam em Assembleia Geral da rede estadual o calendário de mobilização em defesa das pautas prioritárias

Professores, funcionários de escola e aposentados da educação, convocados pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), aprovaram nesta segunda-feira (20/05) o calendário de mobilização. O objetivo é pressionar pelo cumprimento, ainda em 2024, de três pautas prioritárias: concurso público para todos os cargos da carreira, fim do confisco das aposentadorias e pensões, e valorização salarial com ganho real (RGA + 9,16%).

As mobilizações começam no final de maio, seguidas por um acampamento com o tema “Mato Grosso é um estado rico com educadores empobrecidos”. O evento foi organizado pelo Sintep-MT e ocorrerá de 15 a 19 de julho. Em seguida, a categoria participa do terceiro Conselho de Representantes do ano, nos dias 10 e 11 de agosto, com nova assembleia em 12 de agosto.

Sintep-MT/Edevaldo José
Dirigente do Sintep-MT, presidente da CNTE, Heleno Araújo, na condução da assembleia dos profissionais da educação

A assembleia desta segunda-feira, realizada em frente à Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, no Centro Político e Administrativo da capital, sombrinhas vermelhas deram o tom da mobilização que contou com a presença do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ensino Público (CNTE), o professor Heleno Araújo.

Na oportunidade, Heleno Araújo alertou para que os profissionais façam uma mobilização junto à comunidade escolar destacando que pelas convenções internacionais e nacionais é obrigação dos governos negociar com as entidades representativas da categoria. Uma condição descumprida pelo governo Mauro Mendes.

Sintep-MT/Francisco Alves
Presidente da CNTE, Heleno Araújo, apontou o desrespeito do governo Mauro Mendes às convenções internacionais e nacional que tratam do diálogo obrigatório com as instituições representantes dos trabalhadores

As centenas de trabalhadores que participaram da Assembleia puderam desabafar sobre os desafios vivenciados nas escolas estaduais, diante das práticas educacionais estabelecidas. Sobrecarga de trabalho, pressão e assédio foram situações recorrentes. A indignação dos funcionários, cuidadores de pessoas com deficiência, foi destaque, em meio a terceirização, aos salários menores do que o mínimo nacional, além do sucateamento na oferta do serviço, ofertada pelo governo do estado.

Também o pessoal da merenda manifestou repúdio diante da pressão sofrida para participação em propagandas governamentais, como o programa ‘Master Chef’ da educação, que tenta promover uma falsa imagem da realidade vivida no ambiente escolar. O segmento cobra concurso público e medidas que evitem o grande número de adoecimento.

Sintep-MT/Francisco Alves
Sombrinhas vermelhas para proteção deram o colorido na Assembleia, passando a mensagem de que, sob chuva ou sol, os trabalhadores da educação estarão a postos para cobrar respeito à Educação Pública

No dia dos pedagogos, uma mensagem lembrou a função relevante desses profissionais que perdem vagas nas salas de aula do estado, após a política de redimensionamento, além da tentativa do governo do estado de extinção do cargo. A política de desmonte do governo Mauro Mendes, desde o período da pandemia, com ausência de ações efetivas para aprendizagem, revelaram a farsa da cobrança por melhores índices de aprendizagem.
Numa das colocações feita, um professor citou a incoerência do governo na política de educação ao cobrar resultados na aprendizagem dos estudantes, ao mesmo tempo em que aprova alunos que sequer comparecem às aulas, numa tentativa de manipular os resultados dos índices da educação.

Por fim, o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, retomou a defesa do calendário de lutas, diante da omissão do governador do estado, Mauro Mendes e da Casa Civil, em negociar com a categoria, já que os gestores da Seduc-MT, engenheiro Alan Porto, e do advogado, secretário Executivo do órgão, Amauri Monge, se dizerem incapazes para tratar das pautas prioritárias. “É uma secretaria sem autorização para as pautas dos trabalhadores: pauta salarial com revisão geral mais ganho real de 9,16%, nos quatro anos do governo, vencidos um em 2023. Outros pontos são o confisco vergonhoso das aposentadorias e pensões. E por fim, Concurso Público para todos os cargos da carreira”, conclui.