Aposentadoria em risco reforça a luta do Sintep-MT contra confisco e por valorização


Demandas estiveram em pauta na manifestação estadual realizada no mês de julho e serão levadas ao debate no Conselho e Assembleia da categoria em agosto

Publicado: 26/07/2024 11:51 | Última modificação: 26/07/2024 11:51

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/ Francisco Alves
"A mobilização é prática fundamental para pressionar o governo a virar essa página", defendem os sindicalistas

O fim do confisco das aposentadorias imposto pelo governo Mauro está entre as pautas prioritárias do Sintep-MT (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso). O tema que foi mais uma vez destaque na recente mobilização da categoria, estará nas discussões do Conselho de Representantes e na Assembleia Geral em agosto.

Nos últimos seis anos, os aposentados e aposentadas da educação foram surpreendidos com a redução dos salários devido aos calotes da RGA e à Reforma Previdenciária do estado, que passou a confiscar mais 14% da única fonte de renda do segmento. A política de precarização salarial dos trabalhadores da educação na rede estadual, via Gratificação por Resultado, foi um novo prejuízo para os aposentados e pensionistas. O bônus (gorjeta) pago pelo governo não é salário e, portanto, não impacta nas aposentadorias.

Sintep-MT/Francisco Alves
Orlando Francisco, secretário de Finanças do Sintep-MT

Para o secretário de Finanças do Sintep-MT, Orlando Francisco, a pressão da categoria é fundamental, pois por meio dela o governo já anunciou a realização de um Concurso Público após sete anos. Quanto ao confisco das aposentadorias, o dirigente lembra que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa invalidar alguns pontos da Reforma da Previdência (Emenda Constitucional nº 103), aprovada em 2019, anuncia a provável inconstitucionalidade da dupla taxação dos aposentados e pensionistas, medida adotada em Mato Grosso.

Segundo Orlando, a realização de Concurso Público para todos os cargos da carreira, cobrada pelo Sindicato, tem relação direta com a aposentadoria. Conforme o dirigente, a contribuição previdenciária paga pelos efetivos ativos é que garante a solidez para manter o fundo de Previdência, o MT Prev (previdência própria). Os contratados contribuem para o INSS. “Os 14% foi a forma que o governo encontrou para tirar recursos dos aposentados para o fundo da previdência, por não realizar Concurso Público”, esclarece.

O dirigente esclarece ainda, que o concurso garante a contenção do custeio dos proventos dos aposentados por cumprir dispositivo constitucional e previdenciário capaz de contribuir com a liquidez salarial mês-a-mês dos aposentados. E mais, evita a precarização profissional do sistema de contrato precário, “ideia suicida de economia mentirosa e arcaica”.

As pautas prioritárias dos educadores - Concurso Público, Valorização Profissional e Fim do Confisco - são fundamentais para uma carreira atrativa, do ingresso à aposentadoria digna, e com qualificação por Concurso Público. “As três pautas alicerçam a qualidade da educação, fundamental aos estudantes da escola pública”, conclui.