Aposentada fortalece a luta contra o confisco da previdência de Mato Grosso


O Sintep-MT organiza mobilização no próximo dia 24, para tentar conter novos prejuízos à aposentadoria dos servidores.

Publicado: 18/10/2024 18:11 | Última modificação: 18/10/2024 18:11

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT
Diretor Regional Médio Araguaia, Paulo Roberto, com a recém aposentada Miirtes Neves, de Canarana, e o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira

Ontem, 17 de outubro, a educadora da rede estadual, Mirtes Neves, conquistou a tão aguardada aposentadoria. Foram 27 anos de sala de aula, dos quais, dois foram pagos ao pedágio exigido pela Reforma da Previdência estadual, de 2020. Muitos planos e perspectivas para uma nova etapa de desafios. Mirtes, assim como os demais aposentados do estado, enfrentará a luta para assegurar os direitos conquistados depois de contribuir durante quase três décadas para a Previdência de Mato Grosso.

A professora é uma das inúmeras aposentadas que estão na luta do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) pelo fim do confisco de 14% dos salários. No próximo 24 de outubro, todos participarão da mobilização nacional, com agenda em Cuiabá, que alertar à sociedade sobre os prejuízos sociais trazidos com a delinquência de gestores estaduais que utilizaram os ativos previdenciários ao longo dos anos, e agora querem cobrir o pretenso rombo com os benefícios da aposentadoria dos servidores.

Sintep-MT
Valdeir Pereira parabenizou a conquista da professora Mirtes Neves e reforçou a impostância das educadoras e educadores aposentadas/os participarem das lutas da categoria

A taxação aos aposentados, imposta de forma mais dura pelo governo Mauro Mendes aos servidores do estado, integra a Emenda Constitucional 103/2019, do governo Bolsonaro. A Reforma da Previdência Nacional poderá ser ainda mais danosa, com o avanço da Proposta de Emenda Constitucional 66/2023 (PEC 66). Aprovada no Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados, a proposta amplia os efeitos negativos da EC 103, aumentando o tempo de contribuição, reduzindo benefícios e expandindo o confisco previdenciário para servidores federais, estaduais e municipais.

Para Mirtes, mesmo com os desafios da nova fase, há motivos para celebrar. “Estou feliz por ter completado minha jornada sem precisar de longas licenças de saúde ou medicamentos. Mas vejo que muitos colegas estão exaustos, enfrentando doenças físicas e psicológicas”, relata a professora, destacando a realidade difícil enfrentada pelos trabalhadores da educação.

Resistência 

Contra as ameaças aos trabalhadores e aposentados de todo o país vão para as ruas no próximo 24 de outubro. O objetivo é sensibilizar a sociedade sobre o impacto promovido pelo Confisco na fonte de renda dos aposentados, com consequências para a economia do estado e, principalmente, dos municípios, caso a PEC 66 passar.