Após ameaça do Executivo, educadores de Colíder suspendem greve sob condições da categoria


O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, criticou a postura intransigente do prefeito de Colíder, Hemerson Máximo.

Publicado: 06/04/2022 14:53 | Última modificação: 06/04/2022 14:53

Escrito por: Andressa Boa Sorte/Sintep-MT

Sintep/Subsede Colíder

A luta para ter assegurado o direito do reajuste salarial da categoria no município de Colíder chega a um novo capítulo. Após sofrerem diversas ameaças de corte de ponto, demissões e exonerações, os educadores decidiram por suspender a greve geral a partir do dia 12 de abril, porém, mediante condições impostas pela categoria.

A decisão veio após longo debate realizado entre os educadores na tarde da última terça-feira (05), onde os trabalhadores apresentaram as diversas ameaças e pressões vindas do poder público para que a categoria não reivindique seus direitos. “Trabalhadores tiveram ponto cortado, sob argumento de “faltas injustificadas”. Tudo isso mostra que o prefeito age com falta de honestidade com os educadores, uma vez que a greve foi devidamente anunciada com antecedência e é um instrumento legal do trabalhador”, disse Edina Martins, presidente da subsede.

Sintep/Subsede Colíder
Presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, participou da Assembleia Geral da categoria.

O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, criticou a postura intransigente do prefeito de Colíder, Hemerson Máximo. “Lamentamos a truculência da administração pública municipal do município de Colíder. Essa postura demonstra a falta de habilidade em apresentar uma proposta que contemple aquilo que é um direito previsto em lei, que é o cumprimento integral do piso e diante disso ataca a subsistência dos trabalhadores, cortando o ponto e negando o salário”, disse.

Dentre as deliberações da categoria para a suspensão da greve, estão as seguintes condições:

-Pagamento integral dos dias paralisados na conta do trabalhador até o dia 11 de abril de 2022;

-Correção dos holerites dos profissionais da educação, de modo a substituir o termo “faltas injustificadas”, uma vez que as faltas são em decorrência da adesão dos profissionais ao movimento de greve da categoria;

-Pagamento de 5,54% retroativo a janeiro de 2022 a todos os profissionais da educação ativos inativos e pensionistas;

-Apresentação de uma proposta a categoria até o mês de agosto que assegure o cumprimento da totalidade da Lei do Piso.

“Nós reiteramos que mantemos o Estado de Greve, e que se não houver negociação conforme os termos estabelecidos para esse retorno, votaremos a paralisar as atividades. Fazemos isso porque a nossa luta vai muito além da questão do reajuste salarial. Estamos lutando por uma educação pública de qualidade, onde o trabalhador da educação é valorizado”, finalizou Edina.