26ª Semana em Defesa da Educação Pública destaca desafios contra a privatização da educação


Durante evento virtual, Sintep-MT reforça a importância da resistência contra a privatização e a terceirização na educação pública.

Publicado: 09/04/2025 17:46 | Última modificação: 09/04/2025 17:46

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) realizou ontem (8/04), o lançamento estadual da 26º Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública. A atividade transmitida para os profissionais da educação, por meio da plataforma Zoom, esclareceu sobre o tema “Escola Pública Não É Negócio É Direito”, e apresentou o material com a programação e propostas de debates a serem intensificados nas escolas, entre os dias 22 a 28 de abril. A ação nacional culmina com a Marcha da Classe Trabalhadora, dia 29, em Brasília.

O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, e o secretário adjunto de Políticas Educacionais, Gilmar Soares, falaram da proposta da 26º Semana em Defesa e Promoção da Educação Pública, traçando a partir da realidade estadual os desafios para os trabalhadores da educação, nos enfrentamentos pela educação pública, gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada.

Segundo Valdeir Pereira, a apresentação trazida no material da 26º Semana destaca que, os desafios dos educadores, estão para além da valorização salarial. Conforme constatação nacional, a transferência de recursos públicos para empresas privadas está promovendo o lucro dos empresários e o retrocesso da aprendizagem. “Precisamos fazer a resistência e debater nas escolas o processo de privatização e terceirização com intensificação e precarização do trabalho. Não está fácil, sabemos, mas nunca foi fácil”, destacou o dirigente.

O secretário adjunto de Políticas Educacionais do Sintep-MT, lembrou que a 26º Semana de Defesa da Escola Pública continua sendo um grito de resistência e não desistência, para continuar a lutar por uma escola pública gratuita e de qualidade. “O ataque do grande capital, dos empresários, e de governos fascistas como vivemos em Mato Grosso estão aqui para submeter a educação aos interesses mercantis e privados. Então, nesse sentido, a Semana continua sendo o ponto chave para que a sociedade tome consciência dos problemas e participe dos desafios que estão se abatendo sobre a educação pública”, destacou. 

Programação

Na agenda da programação estão elencados a convocação de paralisação estadual dia 23 de abril, em defesa da Escola Pública e gratuita; debates sobre temáticas como a militarização das Escolas e movimento “escola sem partido”. A abordagem da semana traz também o tema Concurso Público. As atividades culminarão na atividade nacional da Marcha da Classe Trabalhadora, dia 29 de abril, em Brasília.

Conforme apontado por Gilmar Soares, são inúmeros os danos trazidos pelas políticas privatistas na educação pública – ou seja a apropriação dos recursos para investimentos coletivos por aqueles que visam apenas o lucro individual. O desmonte arquitetado, assim como em Mato Grosso, atinge direitos sociais como a gestão democrática, o currículo emancipador, a pluralidade e à inclusão escolar, o concurso público, e as carreiras dos pro-fissionais da educação.

O material apresentado revela as inúmeras formulações de políticas públicas, debates sobre emendas à constituição, projetos de lei, ações normativas da União e demais entes federados. Além das ações operadas judicialmente junto aos tribunais do país e mantém relação com entidades e organismos internacionais que defendem a educação pública.

Desafios Educação MT

Gilmar ressalta que Mato Grosso vivencia o desmonte, com o fechamento de escolas, fechamento de vagas aos estudantes do período noturno, a ideia de que a simples certificação é suficiente para os estudantes do Ensino Médio. Assim como, o processo de municipalização de matrículas do estado, que tem sobrecarregado os municípios e inviabilizado o atendimento nas creches. 

“Há muitos desafios a serem enfrentados, do não pagamento do Piso Salarial, à quebra da carreira, passando pela precarização do trabalho, o Concurso Público que não atende à demanda de profissionais, a luta contra a terceirização, a militarização das escolas. A  26 Semana chamada pela CNTE é o momento de reunir a comunidade, as autoridades e fazer a reflexão, o debate e continuarmos lutando e defendendo a escola pública, gratuita, desmilitarizada, laica”, concluiu o dirigente. 
 
Confira material da 26º Semana em Defesa e Promoção da Educação Pública