Sintep/Rosário Oeste denuncia as irregularidades cometidas na Educação no município


A sessão plenária na Câmara de Vereadores de Rosário Oeste (MT) registrou a indignação dos profissionais da educação do município com a falta de compromisso social e descaso dos poderes com a educação pública, em especial na rede municipal. Em audiência, realizada em 13 de outubro, o quadro de precariedade na valorização profissional, o descompromisso com o transporte escolar, infraestrutura e merenda, foram desvelados.

Publicado: 28/10/2021 18:16 | Última modificação: 28/10/2021 18:16

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT

As denúncias apresentadas pela subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público, em Rosário Oeste deram transparência pública ao descaso e ao quadro crítico da Educação Pública na rede municipal, em especial nas escolas do campo, onde estão concentrados a maior parte dos estudantes

A professora Edna Aparecida Alves Santos, fez um desabafo durante a sessão legislativa, a qual denunciou o processo fraudulento das licitações do transporte escolar, a falta de infraestrutura em escolas periféricas e a não aplicação dos recursos a merenda escolar. “Os ônibus são velhos, com motoristas sem habilitação, isso é um crime”, destacou.

As colocações apresentadas pela educadora, após o presidente da subsede do Sintep/Rosário Oeste, Joildo Jovino de Oliveira, usar o púlpito, cobrando cumprimento de direitos elucidaram processo escusos no tratado comos recursos públicos, bem como colocaram sob suspeição atos do legislativo e executivo municipais.  

O presidente do Sintep/Rosário Oeste aproveitou o espaço para cobrar ação dos vereadores para que a Prefeitura cumpra as legislações.  Segundo Joildo Jovino de Oliveira, os trabalhadores da educação estão com salários arrochados há pelo menos cinco anos, devido ao não cumprimento de leis da carreira. “A progressão de carreira não está sendo efetivada, jornadas de trabalho comprometidas, além da defasagem salarial profissional que chega a 21%. E, se formos colocar o acumulado sobe para 23% de perdas”, disse

Na oportunidade, o dirigente apresentou um dossiê com imagens da falta de infraestrutura das escolas do campo, no município. A falta de condições estruturais integrou o alerta da professora Edna, que comparou as salas de aula a baias de porcos. “Em (Nova) Mutum a baía de porcos dos frigoríficos têm refrigeração, são superiores às nossas salas de aula”, afirmou.

Indignada com o desrespeito a vereadora e professora Vanúzia de Araújo Alves reafirmou o descaso com a Educação. Destacou as cobranças recorrentes feitas à Prefeitura sobre irregularidades. Citou denúncias sobre contratações de profissionais da educação por favorecimento, sem edital; licitações de transporte escolar onde se permite veículos com mais de 20 anos de uso. E ainda, conforme Vazúzia, vistorias in loco revelaram motoristas sem habilitação exigida para o trabalho, entre outras irregularidades.

A participação do Sintep/Rosário foi importante para dar transparência pública às irregularidades do administrativo municipal. “Queremos sensibilizar o legislativo com relação ao desrespeito ao direito da categoria dos profissionais da educação, com a negação recorrente de direitos. Uma ação articulada desde a instância federal, estadual e municipal. Estamos mais pobres, com salários congelados e com acúmulo de perdas cada vez maior”, afirmou Joildo Jovino

Após a apresentação do dirigente da subsede do Sintep/Rosário, o presidente da Casa, Amilson Neponoceno, encaminhou ofício à Prefeitura cobrando esclarecimento sobre o descumprimento das Leis e de direitos dos profissionais da educação.  Nove dos 11 vereadores assinaram o documento. Apenas o vereador José Gomes da Silva, conhecido como Zé Cabeludo, e do vereador Benvindo de Almeida, que não compareceu na sessão, não deram o apoio à reivindicação.  A recusa dos vereadores em fazer a defesa dos trabalhadores da educação, foi recebida pela categoria como ato de traição com a Educação e os profissionais.