Educadores questionam projeto que regulamenta o ensino domiciliar


Para a CNTE o ensino domiciliar fere o direito dos estudantes à convivência social e ao acesso a conhecimentos científicos e humanísticos

Publicado: 05/05/2022 19:13 | Última modificação: 05/05/2022 19:13

Escrito por: CNTE

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O projeto de lei que regulamenta o ensino domicilar no Brasil, conhecido também como homeschooling, pode ser votado na Câmara dos Deputados ainda no começo desse mês. Na semana passada a deputada Luisa Canziani (PSD), relatora do processo, apresentou seu parecer impondo algumas restrições, como a exigência de uma formação mínima para que os pais possam ensinar os filhos em casa, sem que isso comprometa sua formação e segurança.

É o que diz a matéria de Denise Bonfim publicada nesta quinta-feira (5) no portal iG. Segundo a reportagem, o documento gerou resistência por parte da bancada evangélica, a mais interessada na aprovação, que não concordou nem com a questão da formação, nem com a necessidade de comparecimento do aluno em uma escola regular em caso de seguidas reprovações. Os partidos de esquerda se mantêm contra a iniciativa. O iG ouviu profissionais para compreender como essa mudança, se aprovada, pode impactar na educação básica em todo o país. Vale lembrar que em 2019, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que a prática é inconstitucional até que haja uma regulamentação em lei.

>> Leia a matéria na íntegra

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) já se manifestou contra o projeto que regulamenta o ensino domiciliar. A CNTE avalia que essa forma de ensino fere o direito de crianças e adolescentes à convivência social e ao acesso a conhecimentos científicos e humanísticos, mesmo que estes confrontem doutrinas religiosas e políticas defendidas por suas famílias. Além disso, a regulamentação do homeschooling vai contribuir para o desmantelamento da política de educação inclusiva de estudantes com deficiência em escolas regulares.

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