Educadores de Peixoto de Azevedo protestam contra fechamento de única escola do bairro


Governo do estado irá implantar escola militar, unidade considerada elitista que não prioriza os estudantes mais carentes

Publicado: 02/08/2021 09:29 | Última modificação: 02/08/2021 09:29

Escrito por: Andressa Boa Sorte

Sintep-MT

O anúncio quanto ao fechamento da Escola Municipal Paulo Freire, no bairro Jerusalém, no Centro antigo em Peixoto de Azevedo, distante 670 km de Cuiabá, trouxe indignação à comunidade escolar. Isso porque essa é a única escola do bairro e atualmente atende a 282 estudantes do pré-escolar ao nono ano.

O diretor da Regional Nortão I, do Sintep-MT, Fernando Alves da Silva, explicou que o prefeito de Peixoto, Maurício Ferreira, em conjunto com o governo do estado e a câmara de vereadores, tomaram a decisão pelo fechamento desta unidade escolar, sem conversar com a comunidade e sem pensar nos impactos negativos que essa medida irá provocar. “A ideia da prefeitura é transferir essa escola para o estado, transformando-a em escola militar, onde o ingresso é seletivo, exclusivo e onde não haverá atendimento para as crianças que moram no bairro”, destacou.

O sindicalista ainda aponta outro problema. “As crianças que são atendidas hoje pela escola Municipal Paulo Freire, que é a única do bairro, vão ter que procurar escolas em outras regiões da cidade, bem mais distantes. Esse deslocamento é perigoso já que tem uma avenida bastante movimentada no trajeto. Além disso, essa mudança repentina de localidade ainda vai promover uma descontinuidade pedagógica para esses estudantes que vinham sendo acompanhados por um mesmo corpo escolar, tanto de professores quanto de colegas de turma”, disse.

Um protesto dos trabalhadores da educação que atuam na unidade de ensino, com participação dos pais dos alunos que frequentam a escola, foi realizado nesta quinta-feira, em frente à prefeitura. O objetivo foi deixar evidente o descontentamento da comunidade escolar com a decisão arbitrária do município.

Além disso, o dirigente sindical denuncia que uma outra escola, que seria construída no bairro Nova Esperança, foi abortada pelo estado, devido ao redesenho de realocação de alunos. “Essa gana do governo em implantar escolas militares, é uma política elitista que não prioriza os estudantes mais carentes. Esse bairro Nova Esperança não possui nenhuma unidade de ensino, havia o projeto de construção de uma escola modelo ali, mas com esses rearranjos da gestão Mauro Mendes em conjunto com o prefeito, esses estudantes terão que continuar se deslocando para unidades que ficam em outras regiões da cidade”, criticou Fernando.

“Nós, profissionais da educação de Peixoto e toda a comunidade escolar desses dois bairros vamos resistir quanto a esses desmandos que não beneficiam em nada a educação pública e principalmente, para os mais carentes”, finalizou o dirigente do Sintep-MT

Fonte: Assessoria/Sintep-MT.