CPLP-SE debate a democracia em agenda comemorativa ao Dia Mundial da Língua Portuguesa


As celebrações da Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE) pelo Dia Mundial da Língua Portuguesa, comemorado neste domingo, 5 de maio, já iniciaram.

Publicado: 06/05/2024 16:05 | Última modificação: 06/05/2024 16:05

Escrito por: Redação/CNTE

Reprodução

Na última quinta-feira (2), a entidade promoveu a live “Em bom Português, uma conversa sobre democracia”. O encontro reuniu virtualmente membros de organizações filiadas à CPLP-SE, entre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Mediada pelo secretário Executivo da CPLP-SE e presidente da CNTE, Heleno Araújo, a live contou com as contribuições do ex-presidente da CNTE e ex-deputado federal pelo Mato Grosso, Carlos Abicalil, na condução do assunto.

“Tomamos a decisão de transformar as homenagens do dia 5 em uma ação ao longo de todo o mês de maio. Iniciamos neste dia 2, com um diálogo sobre democracia. No dia 13 de maio, trataremos da educação pública com todos os companheiros das entidades filiadas. E no dia 29 de maio, fecharemos as comemorações em um diálogo sobre profissionais da educação na liderança”, explicou Heleno.  

A comemoração do dia 5 de maio dedicada à quarta língua mais falada no mundo foi criada pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 2009. Dez anos depois, em 2019, a Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco), durante a 40ª sessão da Conferência Geral, proclamou a data como uma celebração mundial.

“Para nós, da CPLP-SE, é dia de celebrar aquilo que nos une: palavras, dicionarizadas em português, que nos são caras: educação, trabalho, paz, justiça, igualdade, equidade, solidariedade. Palavra, dicionarizada em português, que nos define: COMUNIDADE.”, declarou a secretária permanente da CPLP-SE, e membro do Federação dos Sindicatos de Trabalhadores da Educação, Cultura, Desporto e Comunicação Social de Angola (FSTECDCSA), Lúcia Dassala.

Democracia como construção histórica

Segundo definiu Carlos Abicalil, a democracia, em primeiro lugar, é uma convocatória a reivindicar direitos, a ampliar a afirmação de igual dignidade para todas as pessoas, é a participação nas decisões que conduzem a convivência pública e comum entre pessoas, natureza, produção econômica, grupos de identidade coletiva, distribuições de riquezas, etc.

“Necessariamente, por suas raízes históricas, teve na origem a participação do povo nas suas distintas formas de organizar e de expressão… Um ambiente de disputa permanente sobre suas formas de organizar o processo de dialógico de distintas percepções de sociedade, economia e desenvolvimento… Democracia não é um substantivo concreto e definido, é uma construção histórica, produto de uma tensão que existe na sociedade, pela repartição da riqueza, pelo direito à vida, pela afirmação dos direitos das pessoas, e no combate à discriminação distinta”,  explicou.

Em referência ao episódio de ataques ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, em que a inconformidade com o resultado da eleição de 2022 resultou em ato antidemocrático na capital do país, Carlos descreveu como “Uma ameaça à democracia dentro da própria democracia”.

“As democracias, sobretudo, em um momento de retomada de posições autoritárias e negação de direitos iguais para todas as pessoas, é vista como uma ameaça. Com a retomada dessas representações autoritárias agora no século XXI, as ferramentas muito poderosas de convencimento que temos, principalmente de bases populares menos abastadas, é um fenômeno que demonstrou com clareza o tamanho da disputa”, apontou.

”Que o nosso bate-papo de hoje, inaugurando a comemoração daquilo que nos une e nos possibilita expressar as nossas diversidades, a língua portuguesa, seja uma proclamação permanente de vigilância continuada sobre a prática democrática de uma construção incessante do poder popular contra o autoritarismo, contra a unificação dos pensamentos e ao que nos impede de ter dignidade”, finalizou Carlos.


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